Reflexão do Evangelho do dia 17/09/2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Segunda-feira – 17 de setembro
Lc 7, 1-10: Cura do servo de um centurião
       

        O centurião romano suplica a Jesus: “Meu criado está deitado em casa paralítico, sofrendo dores atrozes”. Jesus o conforta e o consola, dizendo-lhe: “Eu irei curá-lo”. Comenta S. Agostinho: “O Senhor não quer, simplesmente, entrar na casa daquele homem. Ele deseja entrar em seu coração”. Ele representa alguém que reza com fé ardente e vai a Jesus com total confiança. O evangelista S. Lucas fala do servidor “que estava doente, à morte”, e do centurião, alto personagem, como alguém de profunda humildade, que, diante da atitude generosa do Senhor, diz-lhe: “Senhor, não sou digno de receber-te sob o meu teto; basta que digas uma palavra e o meu criado ficará são”.  
        Uma palavra basta, porque é “tua” palavra e ela é soberanamente eficaz. O militar pagão reconhece em Jesus o poder e a misericórdia de Deus. “É necessário ater-se ao médico, diz S Agostinho, que vem para curar as enfermidades da alma”. O centurião emite um ato prévio de fé. Ele crê no poder de Jesus e nele confia não como um milagreiro, mas como sendo o Filho de Deus. Por isso, declara S. João Crisóstomo: “O centurião confiava, cheio de esperança, que seu servo seria curado”.
O sereno convencimento do oficial funda-se, unicamente, na eficácia divina da palavra de Jesus. Daí o fato de ele não se sentir intimidado ao procurar ajuda de um pregador itinerante da Galileia, mesmo diante do risco de ser considerado ridículo pelos seus pares. Admirado, Jesus exclama: “Em Israel, não achei ninguém que tivesse tal fé”. Sua fé era sincera e refletia total confiança na autoridade de Jesus e no seu poder de curar. A fé em Jesus e o carinho dele para com seu servo são extraordinários, levando Jesus a declarar: “Virão muitos do oriente e do ocidente e se assentarão à mesa no Reino dos Céus”. S. Hilário de Poitiers observa: “O mistério da salvação dos pagãos realiza-se no servo do centurião, sem que Cristo tenha entrado em sua casa. Ele representa todos os que estão no mundo”, membros do Reino pela fé, não pela raça. Por isso, até hoje, a cada um de nós, Jesus dirige as palavras ditas ao centurião: “Vai! Como creste assim te seja feito!”

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