Reflexão do Evangelho do dia 04/09/2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Terça-feira – 04 de setembro
Lc 4, 31-37: Jesus em Cafarnaum

       Jesus e os Apóstolos entram em Cafarnaum. “Caphar” significa campo, “naum” consolação ou formoso. Neste campo de consolação, as palavras de Jesus causam impacto. Muitos ficaram “extasiados com o seu ensino, porque lhes ensinava com autoridade e não como os escribas”. No dizer de S. Jerônimo, “ele ensinava como Senhor, não se apoiando em outra autoridade superior, mas a partir de si mesmo”. Suas palavras permitem que eles escutem, cada vez melhor, a presença e a mensagem de Deus, que se manifesta na interioridade, a mais íntima, de cada um deles. Eles sentem-se, assim, convocados a uma transformação e neles cresce o silêncio como expressão de respeito à sua própria interioridade e à de todos os demais. Ecoam as palavras do Mestre: “Não julgueis para não serdes julgados”. 
       Ao dirigir-se aos ouvintes, Jesus fala com plena independência, pois ele é a plena revelação do mistério do Pai. Sua autoridade, em grego “ecsousía”, não se baseia nas opiniões dos rabinos, nem mesmo nas orientações de Moisés ou de algum dos profetas. Mas, como legislador divino, ele fala a partir dele mesmo. Todos se sentem surpreendidos e, ao mesmo tempo, convocados a buscar um sentido maior de vida, sem se prenderem à ambição do querer. Guiados pelo amor inefável de Deus, descobrem-se úteis aos irmãos, doando-se na generosidade de um coração despretensioso.
A pessoa de Jesus, grandeza de Deus, manifesta-se na história de cada um. Então, do coração ardente dos discípulos emerge uma profissão de fé, que expressa, simultaneamente, a encarnação (sárkwsis) de Jesus e a nossa deificação (théwsis) ou santificação. Em Jesus, Deus veio a nós, fez-se homem, e o homem se elevou à plenitude divina, tornando-se participante da divindade. Experiência religiosa e mística, que permite aos ouvintes de Jesus entrever nele uma autoridade, jamais pensada e, muito menos, vivida por eles.
       A autoridade de Jesus vigora em seus ensinamentos, também em seus milagres e mesmo na expulsão de demônios. Autoridade prolongada na história pelos Apóstolos, jamais por força de um prestígio pessoal, mas enquanto partícipes da missão do divino Mestre.  

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