Reflexão do Evangelho do dia 18/09/2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Terça-feira – 18 de setembro
Lc 7, 11-17: Ressurreição do filho da viúva de Naim
        
         Diante da dor e dos sofrimentos de nossos semelhantes, qual é a nossa reação? Ao ver a viúva, acompanhando o enterro de seu filho único, Jesus é tocado no mais profundo de seu coração e sente compaixão. Na verdade, dois cortejos encontram-se, um seguindo o enterro, outro o Senhor. Defrontam-se a morte e a vida. Vendo a viúva, Jesus “compadeceu-se e disse-lhe: ‘não chores’”. Da sensação ao sentimento, verdadeira expressão da humanidade de Jesus. Ele é verdadeiramente homem, e homem de coração. Movido em suas entranhas, Jesus tem piedade daquela mulher. Mais do que simples compaixão humana, é a imensa ternura de Deus diante da miséria humana. Jesus a manifesta  diante do cego de Jericó e nas parábolas do Bom Samaritano e do Filho pródigo.
 À frente encontra-se a misericórdia divina, antes mesmo de a fé manifestar-se no pedido de um milagre. Comenta S. Cirilo de Alexandria: “Observa como ele une milagre a milagre. No primeiro caso, na cura do servo do centurião, ele atende a um convite, mas aqui ele se avizinha sem ser convidado. Ninguém lhe pediu para trazer à vida o morto, mas ele o faz por iniciativa própria”.  S. Gregório de Nissa professa: “O Senhor não se limita a assegurar, com as suas palavras, que os mortos ressurgirão (Jo 11,25s; Mc 12,25s), mas realiza ele mesmo a ressurreição e opera os seus prodígios partindo das coisas mais próximas, sobre as quais não se nutrem dúvidas”. Nesse sentido, continua S. Gregório, “Jesus atesta seu poder doador de vida quando cura os enfermos atingidos por doenças mortais e ao despertar uma jovem recém-falecida. Agora, ao restituir à mãe um jovem que era levado ao sepulcro e, enfim, ao ressuscitar ao terceiro dia o seu próprio corpo transpassado pelos cravos e pela lança”.    
         A ressurreição do filho da viúva atesta a realidade divina de Jesus. Ele o ressuscita mediante uma simples palavra: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” O verbo levantar remete-nos à Ressurreição de Jesus (1Cor 15,4; At 3,15). Alude também à ressurreição espiritual, realizada “pelo despertar” do batismo (Ef 5,14), e inclusive à ressurreição da morte à qual somos arrastados pelo pecado. Conclui S. Ambrósio: “Mesmo se há pecado grave, do qual não podeis vos lavar por vós mesmos pelas lágrimas do arrependimento, por vós a Igreja chora e intercede como a mãe viúva por seus filhos únicos, sobretudo, ao ver seus filhos atraídos à morte por causa dos vícios funestos”. 

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