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Mostrando postagens de outubro, 2012

Reflexão do Evangelho do dia 02 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Finados – 2 de novembro Saudade sim, tristeza não! Desde os primórdios do Cristianismo, o dia de Finados esteve presente nas celebrações da Igreja. Os sacramentários romanos atestam que existia, desde muito tempo, o uso de celebrar missas pelos mortos. Principalmente, quando não se celebrava imediatamente após os funerais, devido às perseguições. A tais celebrações se ligam as missas de sétimo e trigésimo dia. Neste mesmo período, iniciou-se a prática, presente ainda em nossos dias, de fazer a memória dos mortos e vivos nas celebrações eucarísticas. Os nomes dos falecidos eram guardados em registros denominados Libri Vitae (Livros da Vida). Surgiram, então, as necrologias e os obituários, passando das menções generalizadas às individuais. Porém, uma preocupação logo se fez presente: lembrar-se de todos os falecidos que, por algum motivo, não constavam nas listas. Decidiu-se, então, estabelecer um dia do ano para se rezar na

Reflexão do evangelho do dia 01 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio figueiredo para: Quinta-feira – 01 de novembro Lc 13, 31-35: Herodes, uma raposa                   Alguns fariseus aproximam-se de Jesus para avisá-lo que Herodes queria matá-lo. Ele não se acovarda diante do perigo e, com coragem, opõe-se ao tirano. A sua resposta assemelha-se a um apelo profético: “Ide dizer a esta raposa: Eis que eu expulso demônios e realizo curas hoje e amanhã e no terceiro dia vou terminar!” Ao chamá-lo de raposa, Jesus considera-o astuto e destrutivo, mas também falto de dignidade e de respeito. Por outro lado, Jesus revela o que o aguarda: seu sofrimento e sua morte em Jerusalém, e chora sobre a cidade, pois ela – e sua casa, o Templo – ficará deserta, presságio da cessação do culto mosaico.           Nos Evangelhos, Herodes não demonstra querer diretamente a morte de Jesus, mas deixa transparecer sua curiosidade em conhecer o realizador dos milagres. Mas Jesus não se deixa impressionar pelas ameaças, muito menos pel

Reflexão do Evangelho do dia 31 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quarta-feira – 31 de outubro Lc 13, 22-30: A porta estreita                 À pergunta feita a Jesus sobre o número dos que se salvam, a resposta é: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão”. S. Cirilo de Alexandria observa que o interlocutor “queria saber se seriam poucos os que se salvariam, mas Jesus lhe fala da estrada que conduz à salvação”. O Senhor reporta-se ao essencial, fala do conhecimento necessário para entrar pela porta estreita. Neste sentido, os Santos Padres dizem estar Ele indicando a “porta do céu”, só podendo ser transposta por uma fé firme e uma moralidade isenta de mácula. De fato, ela é verdadeiramente “a nossa porta”, presente no sonho de Jacó, embora invisível aos nossos olhos e que se abre para o átrio divino. Ela permanece aberta, desde que o nosso Redentor entrou por ela conduzindo-nos em seu seguimento.         S. Jerônimo nos d

Reflexão do Evangelho do dia 30 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Terça-feira – 30 de outubro Lc 13,18-21: A parábola do grão de mostarda e a do fermento                 O Senhor fala em parábolas, breves histórias, para que as pessoas de boa vontade possam melhor compreendê-lo. Ele compara o Reino de Deus a um grão de mostarda e ao fermento colocado na farinha para fermentá-la. Faz-nos compreender, no dizer de S. Jerônimo, que “os fiéis recebem o grão da pregação e se nutrem com a fé fazendo com que o pequeno grão germine e cresça no campo de seus corações”. O grão torna-se uma árvore frondosa, “a tal ponto”, diz Jesus, “que as aves dos céus se abrigam nos seus ramos”. S. Hilário de Poitiers comenta: “As aves do céu, que se aninham entre os ramos da árvore, são os apóstolos, os quais se dividem e se espalham a partir do poder de Jesus”. Por eles, a Palavra de Deus é anunciada e chega a todos os corações. O mesmo irá dizer S. João Crisóstomo, em relação à parábola do fermento, que leveda a m

Reflexão do Evangelho do dia 29 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Segunda-feira – 29 de outubro Lc 13, 10-17: Cura da mulher encurvada                           “Jesus ensinava numa das sinagogas aos sábados e eis que havia lá uma mulher toda encurvada, com um ‘espírito de enfermidade’”. O Mestre pede-lhe que se aproxime e diz-lhe: “Mulher, estás livre de tua doença e lhe impôs as mãos”.  A sinagoga estava repleta. A expectativa de todos era grande. Naquele gesto bondoso e misericordioso manifesta-se o poder divino de Jesus, e a mulher, endireitando-se, rende graças a Deus. Revela-se, assim, o objetivo dos milagres, glorificar a Deus, a exemplo da vida e da morte de Jesus. S. Agostinho comenta: “A humanidade toda inteira, como aquela mulher, estava recurvada sobre a terra. Os chefes eram incapazes de compreender os preceitos que Deus tinha dado, pois os consideravam em sentido terreno e não espiritualmente”.         De fato, os fariseus não reconhecem, naquele ato, a ação da graça divina e

Reflexão do Evangelho do dia 28 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Domingo - 28 de outubro Mc 10, 46-52 : Cura do cego de Jericó                 Jesus e os Apóstolos, acompanhados por uma grande multidão, depararam-se com um cego chamado Bartimeu, sentado à beira do caminho, pedindo esmola. “Ao ouvir que era Jesus, o Nazareno, que passava, começou a gritar: ‘Filho de Davi, Jesus, tem compaixão de mim!’” Seu clamor perturbou os que caminhavam rumo a Jerusalém, em peregrinação. A voz do cego une-se a dos antigos profetas, que clamavam pelo poder do Espírito de Deus. Escreve S., Agostinho: “Este cego, antes numa boa posição social, caiu em conhecida e célebre miséria, pois não só era cego, mas também clamava sentado: ‘Que eu possa ver novamente’”. É o momento especial da graça divina. Ele não pode deixá-la passar. Por isso, tomando conhecimento da presença do Senhor, “ele deixou a sua veste, deu um pulo e foi até Jesus”. S. Beda vê no cego a própria “Igreja primitiva dos gentios que almejava a l

Reflexão do evangelho do dia 27 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sábado – 27 de outubro Lc 13, 1-9: Convite à conversão                 No Evangelho de hoje, Jesus refere-se a um dos incidentes ocorridos com seus ouvintes judeus. Pilatos perpetrara um crime no próprio Templo ao profanar o lugar sagrado de adoração a Deus. Jesus aproveita esse fato para lançar um convite à conversão. Conta-lhes uma parábola ensejando despertar os discípulos para o fato de que ainda resta algum tempo, embora limitado. Eles devem aproveitá-lo para “produzir dignos frutos de penitência”. Convoca-os à renovação de vida. É a parábola da figueira estéril, na qual ele destaca o “tempo da visita”, tempo de sua presença, essencial para chegar a Deus.  Porém, o tempo já praticamente passou, não podemos nos demorar. Na sua breve passagem, nossa resposta deve ser imediata e incondicional. A figueira, escreve S. Agostinho, “significa o gênero humano”, pois, em Jesus, todas as pessoas são convocadas a uma vida nova, no

Reflexão do Evangelho do dia 26 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sexta-feira – 26 de outubro Lc 12, 54-59: Discernir os sinais do tempo                 Jesus dirige-se “à multidão” dos ouvintes, que está admirada e não sabe discernir o significado de sua vinda. “Reconhecendo a natureza do tempo presente, através dos sinais reveladores da Escritura, devemos conformar a ele as nossas ações” (S. Basílio). É a última chance oferecida à humanidade para aceder à salvação. Ano de graça, proclamado por Jesus em sua pregação inaugural em Nazaré. De um conhecimento, talvez abstrato de Deus, passa-se a um encontro pessoal, à comunhão viva com Deus. À constante pergunta dos judeus, também dos Apóstolos, para que ele confirmasse ser o Cristo ou mostrasse o Pai, sua resposta é o silêncio. Mas para quem sabe entender, é no silêncio que ele declara seu amor à humanidade. Urge discernir os sinais do tempo. Pois Deus não dá ordens, mas lança convites: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. O homem pode se fech

Reflexão do Evangelho do dia 25 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quinta-feira – 25 de outubro Lc 12, 49-53 - Jesus diante de sua Paixão (sinal de contradição)         O Salvador virá no fim dos tempos para estabelecer seu Reino definitivo de amor, de paz e de justiça. Mas Ele já está presente entre nós. De Maria Santíssima nasceu o Filho de Deus encarnado, “vindo” para a redenção dos pecadores. Morreu no madeiro da cruz, reconciliando-nos com o Pai. No Evangelho de hoje, sua voz eleva-se ao proclamar: “Eu vim trazer fogo à terra, e como desejaria que já estivesse aceso!” Não o fogo vingador ou o fogo da Geena, da condenação. Ele se refere ao fogo já anunciado por S. João Batista, o fogo do batismo que nos permite renascer para uma nova vida. Aliás, fogo e batismo fluem juntos. João Batista anunciava: “Virá aquele que vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3,16). Comenta S. Cirilo de Alexandria: “Este fogo é a salvífica mensagem do Evangelho e o poder dos seus ensinamentos. O Evan

Reflexão do Evangelho do dia 24 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quarta-feira – 24 de outubro Lc 12, 39-48: Vigiai, pois o Senhor não tarda a vir.         O Senhor oferece-nos o maior tesouro que podemos imaginar: seu Reino de paz e de justiça. O discípulo há de estar preparado para quando ele vier. Sua vinda será decisiva, pois podemos perdê-lo caso não estejamos vigilantes. Seus seguidores sentem-se inquietos diante da incerteza de sua vinda, pois gostariam de saber quando ela se daria. Jesus nada diz, melhor, diz que o segredo está reservado só ao Pai. No entanto, o Apóstolo Pedro, tomando a palavra, em nome dos demais, pergunta-lhe se a advertência era dirigida só aos discípulos ou também a todos. Jesus conta, então, uma parábola, cuja conclusão mostra que cada um será tratado de acordo com a luz que lhe foi comunicada. Dos Apóstolos, o Pai espera mais deles: “Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado”.         No entanto, a

Missa Frei Galvão

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Reflexão do Evangelho do dia 23 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio figueiredo para: Terça-feira 23 de outubro Lc 12, 35-38: Prontidão para o retorno do Mestre         O Senhor deseja que todos estejam espiritualmente preparados, em cada momento, para a vinda do Filho do Homem. Para que os Apóstolos melhor compreendessem, ele conta a parábola do “retorno do Senhor”, após a festa de núpcias. Deus, na figura do esposo, oferece o maior tesouro que se possa imaginar: a participação em seu Reino de paz e de justiça. Porém, corre-se o risco de perdê-lo. Por isso, destaca a parábola, o centro de nossa atenção deve estar na preparação para a vinda do Senhor. As expressões, utilizadas por Jesus, são interpretadas sob esta ótica. Trazer “lâmpadas acesas”, diz S. Agostinho, é manter-se vigilante mediante a prática das boas obras. “Ter os rins cingidos” recorda-nos a cuidadosa instrução dada a Moisés e a Aarão no tocante à Páscoa. S. Agostinho diz ser imagem da continência, entendida como a disposição virtuosa de quem se

Reflexão do Evangelho do dia 22 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Segunda-feira – 22 de outubro Lc 12, 13-21: Não ajuntar tesouros         Jesus recusa ser o mediador na questão de herança entre dois irmãos. Porém, aproveita a ocasião para elevar o espírito de seus interlocutores e fazê-los passar dos interesses temporais ao “tesouro” eterno no Reino dos céus. No entanto, não deixa de alertá-los contra a excessiva preocupação com os bens deste mundo. Diz ele: “Precavei-vos cuidadosamente de qualquer cupidez, pois, mesmo na abundância, a vida do homem não é assegurada por seus bens”. De fato, escreve S. Agostinho, “a cupidez divide, a caridade reúne todas as pessoas”. Por isso, S. Ambrósio, com um sabor de crítica, observa: “O que se deveria buscar é a herança da imortalidade, não a do dinheiro, e assim jamais se deveria chamar Jesus para fazer tal divisão”.  Para ilustrar seu pensamento, Jesus conta a parábola do rico, cuja terra tinha produzido muitos frutos. “Ele, então, refletia: Que

Reflexão do Evangelho do dia 21 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Domingo – 21 de outubro Mc 10, 35-45 - Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu                 Referindo-se à sua morte e ressurreição, Jesus diz aos Doze Apóstolos: “O Filho do Homem será entregue aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no terceiro dia ressuscitará”. Ao ouvir as palavras de Jesus, omemn HH a mãe dos filhos de Zebedeu dirigiu-se a ele, pedindo que ‘seus dois filhos se assentassem um à direita e outro à esquerda’ em seu Reino. A mãe fez o pedido, mas são os filhos que recebem a resposta. Há uma ambição a ser corrigida. Aliás, não é a primeira nem a última vez que o Evangelho sublinha o desejo de precedência. Por isso, o Senhor interroga: “Podeis beber o cálice que estou para beber?” Estar com ele na glória é viver, desde agora, o abandono total e a renúncia a si mesmo. É participar de sua morte e dos seus sofrimentos. Escreve S. João Crisóstomo: “Quem procura a ostentação, enquanto o Senhor seg

Reflexão do Evangelho do dia 20 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sábado – 20 de outubro Lc 12, 8-12: Confessar Jesus sem medo                 Dirigindo-se aos Apóstolos, Jesus diz: “Todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, o Filho do Homem também se declarará por ele diante dos anjos de Deus”. Assegura-lhes que “se conduzidos às sinagogas, perante os principados e as autoridades”, não deverão se preocupar “com o que se defender, nem com o que dizer: Pois o Espírito Santo lhes ensinará, naquele momento, o que dizer”. Aliás, toda esta passagem gravita em torno do testemunho dado pelos Apóstolos, de suas relações com Jesus e do martírio. A expressão grega, normalmente traduzida por “negar-se ao serviço de Cristo”, significa literalmente “negar, dizer não”. Assim, a “negação” do Apóstolo ou do discípulo, fruto da sua liberdade, expressa a sua não correspondência ao “sim” dito ao Senhor, no instante em que se decidiu por ele. O “não”, deliberadamente dito, indica afastar-se de Jesu

Reflexão do Evangelho do dia 19 de Outubro 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sexta-feira – 19 de outubro Lc 12, 1-7 - Falar abertamente e sem temor                 Os discípulos são exortados a testemunhar o Evangelho, mesmo com o risco da própria vida. Porém, o Senhor os fortalece e os encoraja para se manterem firmes na fé e na alegria da esperança. Por isso, por quatro vezes o Senhor lhes repete: “Não tenhais medo”. Pois, à fidelidade dos discípulos na “confissão de fé” corresponderá a fidelidade de Jesus em reconhecê-los na glória celestial.         Logo após, Jesus descreve quatro antíteses, no desejo de fortalecê-los em sua missão apostólica. Diz ele: “Nada há de encoberto que não venha a ser revelado, oculto que não venha a ser conhecido”.  E continua o Mestre: “Tudo o que tiverdes dito às escuras, será ouvido à luz do dia, e o que houverdes falado aos ouvidos nos quartos, será proclamado sobre os telhados”.  Assim, o Evangelho, apreendido na intimidade do Cristo, será por eles anunciado (keri

Reflexão do Evangelho do dia 18 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quinta-feira - 18 de outubro Lc 10, 1-9 – missão dos setenta e dois Ao enviar os setenta e dois dos seus discípulos à missão, Jesus lhes apresenta o Reino de Deus como uma grande messe. A abrangência da missão é universal. Ela visa não só o povo de Israel, mas também os demais povos e nações. O objetivo é semear a Palavra de Deus no coração de todo ser humano. Colocado, justamente, no início da subida de Jesus a Jerusalém, esse episódio caracteriza a ação formadora do Senhor, no desejo de transmitir aos seus discípulos o fervor e o ardor missionários. Eles são seus continuadores. Do Senhor eles recebem a inspiração e a força para tornar a Igreja presente por toda parte, em sua intenção “católica”. Embora tal fato fosse se concretizar só após Pentecostes, já agora, na vida pública de Jesus, pode-se entrever a futura missão universal dos Apóstolos. Com efeito, observa Orígenes: “Não só os Doze Apóstolos pregaram a fé em Cris

Reflexão do Evangelho do dia 17 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quarta –feira – 17 de outubro Lc 11, 42-46: Ai de vós fariseus  (II)         Os fariseus cumprem a Lei com escrupulosa exatidão, indo ao extremo de pagar o “dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças”. No entanto, negligenciam as exigências da caridade e da justiça para com os pobres e desvalidos. Exteriormente, comportam-se de modo exemplar, mas, interiormente, estão distantes e afastados do verdadeiro cumprimento da Lei dada por Deus a Moisés. De um lado um rigorismo exagerado, do outro lado descuido e omissão.         Jesus refere-se, muitas vezes, à Lei, no desejo de que ela seja cumprida em seu verdadeiro sentido e em todas as suas exigências. Ressoam as palavras dos profetas apregoando o direito, a misericórdia e a fidelidade, evidenciando que Jesus não veio para abolir a Lei, mas para observá-la: “Importa praticar estas coisas, mas sem omitir aquelas”. De fato, ele urge a prática do mandamento do amor a Deu

Reflexão do Evangelho de dia 16 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Terça-feira – 16 de outubro Lc 11, 37-41: Contra os fariseus e escribas                 Jesus admoesta os fariseus, pois se o homem é considerado responsável por uma palavra casual, sem graves consequências, tanto mais ele o será por todas as palavras injuriosas e prejudiciais, como as blasfêmias proferidas por eles. As palavras traduzem os sentimentos do coração, assim, a prática externa para nada vale sem a observância interior. Por isso, voltando-se para eles, Jesus exclama: “Ai de vós fariseus, purificais o exterior do corpo e do prato, e por dentro estais cheios de rapina e de perversidade!” A expressão “ai” não exprime propriamente uma condenação, mas a dor ou a indignação perante a superficialidade ou a hipocrisia deles. No máximo, seria uma ameaça profética. Nos v.8-10, Jesus dirige-se aos discípulos (“vós”), mostrando que essa “ameaça profética” refere-se também aos cristãos. Todo discípulo é convidado a ficar de pron

Reflexão do Evangelho do dia 15 de Outubro de 2012

                              Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:                                                Segunda-feira – 15 de outubro                                                Lc 11, 29-32: O sinal de Jonas                   Escribas e fariseus não confiam nas palavras de Jesus e não o reconhecem como o Filho de Deus. Fechavam-se em sua incredulidade. Apesar disso, pedem-lhe um sinal do alto. Em sua infinita paciência, o Senhor aponta o profeta Jonas como prenúncio de sua morte e ressurreição e refere-se ao povo de Nínive como figura do novo Povo de Deus. O fato de os fariseus e escribas pedirem um sinal poderia corresponder a um simples costume judaico, resultante da necessidade de autenticar a pregação de um mensageiro de Deus. Porém, antes mesmo de o ouvirem, eles já emitem um julgamento prévio, considerando suas obras como provindas do demônio. Torna-se, então, compreensível a resposta dura e severa de Jesus, que os compara a uma geração adúlte

Reflexão do Evangelho do dia 14 de Outubro de 2012

Reflexão de Fernando Antônio Figueiredo para: Domingo – 14 de outubro Mc 10, 17-27: O jovem rico                 Desejoso de encontrar paz e felicidade, um jovem procura Jesus. Desde a primeira palavra, emergem de seus lábios questões sobre a bondade e a felicidade. A própria saudação do jovem é muito significativa: “Bom Mestre”, diz ele. Talvez, quisesse sentir-se seguro da salvação, pois não era costume acrescentar o epíteto “bom” ao título “mestre”. Mas Jesus aproveita o pensamento do jovem para remetê-lo a Deus, o único Bem absoluto, modelo de santidade.  Embora sincero, o jovem não se mostra ainda capaz de atingir as realidades mais sublimes, pela prática dos conselhos evangélicos, sobretudo, o da pobreza. Daí o fato de “retirar-se muito triste, porque possuía muitos bens”. Não nos parece que Jesus quisesse levá-lo, imediatamente, a esta reação. Muito provavelmente, ela se deu porque as palavras do Mestre não correspondiam exatamente ao que ele esperava.           Todo

Reflexão do evangelho do dia 13 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sábado – 13 de outubro Lc 11,27-28: Verdadeira bem-aventurança         Almejamos as bênçãos de Deus para nossa família, amigos e conhecidos. Quando uma pessoa anônima, em meio à multidão, torna-se a voz do povo e se eleva proclamando sua mãe abençoada, Jesus não a contradiz. Aliás, ela mesma já havia pronunciado essa dádiva divina, na visita à sua prima Isabel: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). Porém, Jesus esclarece que a fonte da bênção e da felicidade é a comunhão de vida com Deus. Realidade presente em sua Mãe. Em sua humildade, Maria submeteu-se ao plano de Deus, no cumprimento de sua vontade.         Ela é bem-aventurada não só por ser a mãe corporal de Jesus, pois a Palavra de Deus se fez carne em seu seio, mas, sobretudo, porque ela se coloca totalmente a serviço dessa Palavra: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua vontade” (Lc 1,38). Maria atende à palavra anunciada pelo anjo e

Nossa Senhora da Conceição Aparecida , Rogai por nós!

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Reflexão do Evangelho do dia 12 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sexta-feira – 12 de outubro N. Senhora da Conceição Aparecida          É bem conhecido o lema episcopal do Papa João Paulo II, Totus Tuus, que foi vivido ao longo de sua vida, numa devoção confiante à Mãe do Filho de Deus. Em 25 de março de 1987, ele citava Gal 4,4-5 para exprimir seu carinho a Maria: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, o qual nasceu de mulher (...) para redimir aos que estavam submetidos à Lei, para que assim chegássemos a ser filhos adotivos de Deus”. Por vontade do Pai celestial seu Filho Jesus Cristo foi enviado ao mundo para redimir a família humana. Também foi por vontade do Pai que uma mulher se visse intimamente envolvida no maravilhoso plano da redenção dos homens. Por isso, o Papa exclama: “A Mãe do Redentor tem um lugar preciso no plano da salvação” (Redemptoris Mater, 1). Desde os primeiros anos da vida da Igreja, os cristãos referem-se, com carinho e profundo respeito,

Reflexão do Evangelho do dia 11 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quarta-feira – 10 de outubro Lc 11, 1-4 – A oração do Pai-Nosso         Os judeus prescreviam a oração formal três vezes ao dia. Os rabinos tinham uma oração específica para cada ocasião. Por sua vez, Jesus é um homem de oração constante. Porém, alerta os discípulos contra todo tipo de formalismo, que conferiria à oração certo cunho impessoal e mecânico. Cromácio de Aquileia lembra que, “segundo as palavras do Mestre, nossa oração não é medida pela prolixidade de palavras, mas pela fé do coração e pelas obras de justiça”. S. Cirilo de Alexandria destaca que, “a loquacidade, será chamada de ‘battologia’, palavra proveniente do nome de um grego chamado Batto, autor de longos hinos, prolixos e cheios de repetições, em honra dos ídolos. Ao contrário, Jesus ordena orar com brevidade, sóbria e sucintamente, pois Deus conhece nossas necessidades antes mesmo que as exponhamos”. A pedido dos Apóstolos, Jesus comunica-lhes sua prece

Reflexão do Evangelho do dia 10 de Outubro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quarta-feira – 10 de outubro Lc 11, 1-4 – A oração do Pai-Nosso         Os judeus prescreviam a oração formal três vezes ao dia. Os rabinos tinham uma oração específica para cada ocasião. Por sua vez, Jesus é um homem de oração constante. Porém, alerta os discípulos contra todo tipo de formalismo, que conferiria à oração certo cunho impessoal e mecânico. Cromácio de Aquileia lembra que, “segundo as palavras do Mestre, nossa oração não é medida pela prolixidade de palavras, mas pela fé do coração e pelas obras de justiça”. S. Cirilo de Alexandria destaca que, “a loquacidade, será chamada de ‘battologia’, palavra proveniente do nome de um grego chamado Batto, autor de longos hinos, prolixos e cheios de repetições, em honra dos ídolos. Ao contrário, Jesus ordena orar com brevidade, sóbria e sucintamente, pois Deus conhece nossas necessidades antes mesmo que as exponhamos”. A pedido dos Apóstolos, Jesus comunica-lhes sua prece f