Reflexão do Evangelho do dia 03 de Outubro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Quarta-feira – 03 de outubro
Lc 9, 57-62: Exigências da vocação apostólica
       
Não há lugar para os indecisos. Pois quem não se preocupa com a instauração do Reino de Deus está espiritualmente morto. Para que os Apóstolos estejam sempre prontos e alertas, Jesus coloca exigências para segui-lo. Ao escriba que deseja acompanhá-lo, ele lhe diz: “As raposas têm tocas e as aves dos céus, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. Ele deverá banir de sua vida todo e qualquer esmorecimento e abraçar com alegria interior o desprendimento, fruto do amor. Apelo claro e forte de Jesus para que seus discípulos se dediquem integralmente à missão a eles designada. Por isso, ao discípulo que pede para primeiro enterrar o seu pai, ele dirá: “Segue-me e deixa que os mortos enterrem os seus mortos”. Desprezo pelas realidades naturais e familiares? Não. Simplesmente, ele chama a atenção do discípulo para que ele volte seu olhar para o alto, para algo superior, que torna as demais exigências da vida menos imperativas. Escreve S. João Crisóstomo: “Cristo faz tal proibição não para que rejeitemos a honra devida a quem nos gerou, mas para indicar que não há nada mais importante para nós do que as realidades do céu. Por elas devemos nos interessar, com todo o fervor e empenho, sem afastar-nos delas um só instante, ainda que sejam graves e urgentes os motivos que nos levam a estar distante de Jesus”.
A graça é concedida por Deus, o homem, porém, é convocado a cooperar e a oferecer condições subjetivas capazes de elevá-lo das realidades transitórias às eternas, das terrenas às celestes, das carnais às espirituais. Condição para achegar-se a Jesus. O caminho percorrido no presente momento é sinal do caminho espiritual, traçado nas profundezas de seu espírito. Percorrendo-os, ele experimenta, misticamente, o mistério da morte e da ressurreição do Senhor em sua vida. Calam-se, no seu interior, as vozes do egoísmo e da satisfação pessoal. No silêncio do amor, ele ouvirá a voz do Mestre conduzindo-o à união com o Pai celestial.
Interpretando tal exortação, Orígenes coloca nos lábios de Jesus as palavras: “Mortificai o que em vós atrai para a terra, lançai de vós toda ligação com a corrupção da carne, todo mal”. De fato, nada deverá afastar nossa atenção da expectativa da vinda do Reino dos céus. Livres dos apegos aos bens humanos e terrenos, sem desprezá-los, nosso coração se dilata e saboreamos o ardente amor do Senhor.  

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