Reflexão do Evangelho do Dia 05 de Outubro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Sexta-feira – 05 de outubro
Lc 10, 13-16:  Ai de ti, Corazim!

        O abandono ao arrependimento assinala o não crescimento na vida espiritual, e leva ao temível estado chamado de “insensibilidade de um coração petrificado”. Fatos prodigiosos foram realizados em Corazim e Betsaida sem, no entanto, suscitar em seus habitantes a vontade de crer. Mas o Senhor é sempre misericordioso. Suas palavras duras e severas, apesar de toda indiferença, constituem um forte apelo à conversão dos seus ouvintes. No entanto, eles permanecem surdos e impenetráveis, como destaca S. Hilário de Poitiers, a despeito de “os cegos verem, os surdos ouvirem, os paralíticos caminharem, os mortos ressuscitarem. Nem mesmo tais prodígios despertam a fé”. Eles rejeitam não só a pregação dos Apóstolos, enviados em missão, mas as próprias palavras de Jesus. É a dureza de coração e a indiferença das cidades da Galileia à missão realizada por Jesus, por João Batista e pelos Apóstolos.
        O próprio benefício do milagre, sinal da presença atuante de Deus e da sua graça, volta-se contra quem não deixa Deus operar em sua vida. As cidades de Tiro e Sidônia erigem-se, como a Babilônia, em modelos de cidades que se deixam perder por causa do orgulho. Não havendo humildade, não há arrependimento. Se Sodoma e Gomorra foram condenadas por causa do desmando e da corrupção, Nínive foi salva graças à penitência e à conversão diante da palavra do profeta Jonas. De fato, o povo de Nínive reveste-se de “saco e se cobre de cinza” e, jejuando, expressa efetiva mudança de vida, metánoia. Acende-se no coração de seus habitantes o fogo divino, entre esforços e lágrimas. O mesmo não acontece com as duas cidades da Galileia.
        As palavras finais, “no dia do julgamento”, indicam o julgamento último, no qual os judeus pensavam que, pelo fato de serem da descendência de Abraão, teriam uma medida particular de misericórdia. Jesus deixa transparecer que não há privilégios, não há medidas particulares, nem exclusão prévia de alguém. “Porque Cristo nossa Páscoa foi imolado (1Cor 5,7) para destruir o triste império da morte e ganhar para Deus, mediante seu próprio sangue, tudo quanto existe sob o céu”. “Cristo é a Páscoa de nossa salvação”, professa Melitão de Sardes. Atraídos e sustentados pelo Senhor, todos são convocados à penitência e a crer no Evangelho.  

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