Reflexão do Evangelho do dia 21 de Outubro de 2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio Figueiredo para:
Domingo – 21 de
outubro
Mc 10, 35-45 - Pedido
da mãe dos filhos de Zebedeu
Referindo-se
à sua morte e ressurreição, Jesus diz aos Doze Apóstolos: “O Filho do Homem
será entregue aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no
terceiro dia ressuscitará”. Ao ouvir as palavras de Jesus, a mãe dos filhos de Zebedeu
dirigiu-se a ele, pedindo que ‘seus dois filhos se assentassem um à direita e
outro à esquerda’ em seu Reino. A mãe fez o pedido, mas são os filhos que
recebem a resposta. Há uma ambição a ser corrigida. Aliás, não é a primeira nem
a última vez que o Evangelho sublinha o desejo de precedência. Por isso, o Senhor
interroga: “Podeis beber o cálice que estou para beber?” Estar com ele na
glória é viver, desde agora, o abandono total e a renúncia a si mesmo. É
participar de sua morte e dos seus sofrimentos. Escreve S. João Crisóstomo:
“Quem procura a ostentação, enquanto o Senhor segue a humildade, não reflete a
imagem de Cristo, pois não é verdadeiro discípulo quem não imita o seu mestre”.
Os
Apóstolos respondem, sem titubear: “Nós podemos”. De fato, Tiago morrerá mártir
e João estará no Calvário, partilhando do cálice com Jesus, no sofrimento da
cruz. Embora não se pronuncie sobre quem irá sentar-se à direita ou à esquerda
em seu Reino, Jesus não deixa de despertar nos Apóstolos a consciência de ser
ele o Filho amado de Deus, por quem e em quem se realiza o desígnio do Pai. No
cumprimento de sua missão, ele assumiu a nossa “natureza de escravo”, sem outro
intuito que o de servir à humanidade.
A decisão última cabe
ao Pai. No momento, o importante não é preocupar-se com o lugar que se terá na
glória do Senhor, mas empenhar-se em participar, desde já, do Reino de Deus. Escreve
S. Agostinho: “O caminho para sua glória, a pátria celeste, é a humildade. Se
tu recusas o caminho, por que buscas a pátria?” Somos, assim, convidados a
assumir e a viver o humilde serviço realizado por Jesus. S. João Crisóstomo escreve que “Deus, pelo
fato de se humilhar, trouxe-nos um proveito: aumentou o número de seus
servidores e estendeu o seu Reino. Quando te humilham, pensas que estás sendo
diminuído? O abaixamento de Jesus não foi causa de diminuição, mas ele produziu
inumeráveis benefícios, milhares de ações boas e permitiu que a sua glória
brilhasse com maior resplendor”. Como aos Apóstolos, também a nós, não faltará
a graça divina. Pois, desde já, a força de Deus nos acompanha e transfigura
nossa frágil e opaca realidade humana, de modo que em Jesus nos tornamos um
“deus criado”, um “deus pela graça divina”.
Comentários
Postar um comentário