Reflexão do Evangelho do dia 08 de Outubro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para :
Segunda-feira – 08 de outubro
Lc 10,25-37: O maior mandamento

        Jesus fala da primazia do amor, o que leva S. Agostinho a dizer que “todos os preceitos do amor são de tal natureza, que se o homem crê ter feito algo bom, mas sem caridade, ele totalmente se equivoca”. É a exigência de amar a Deus com toda a sua alma, com toda a sua mente, com toda a sua força. Orígenes reconhece que “amar ao Senhor não só é o maior mandamento, mas também o primeiro de todos”.
Da força do amor, proclama S. Basílio Magno, “emerge a morte às idolatrias do pecado”. “Na ordem do ser, ao orgulho, à vaidade, e, na ordem do ter, às posses materiais e honrarias”. É a renúncia aos falsos deuses que criamos ao longo de nossa vida. Mergulhados, então, no amor a Deus reconhecemos, reflete S. João Crisóstomo, que “a majestade de Deus se honra melhor com o serviço humilde ao próximo e não só com palavras”. O Apóstolo S. Paulo confirma que a “esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
O amor a Deus expressa-se no amor ao próximo. Com efeito, o amor a Deus invade-nos de tal modo que é no seu próprio amor que amamos aos nossos semelhantes, quaisquer que eles sejam. E isso vale mais do que todos os sacrifícios e holocaustos. Para exemplificar, Jesus narra a parábola do bom samaritano. Ele fala de um homem ferido pelos assaltantes, que jaz em meio a uma estrada. Três homens passam por ele, dois mostram-se indiferentes, o terceiro cuida dele, movido pela compaixão. Este é justamente um samaritano, considerado pelos judeus como estrangeiro. “Qual dos três, pergunta Jesus, foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” O homem da lei, que perguntara quem era seu próximo, responde: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Jesus então lhe diz: “Vai, e também tu faze o mesmo”.
Escreve Doroteu de Gaza: “Eis a natureza do amor: quando nos afastamos do centro e não amamos a Deus, igualmente nos afastamos do próximo. Mas se amamos a Deus, quanto mais nos avizinhamos a ele, por amor, tanto mais estaremos unidos ao próximo, no amor”. Viver esta união, segundo S. Paulo, é formar um só corpo, pois “somos membros uns dos outros”. Único corpo, ilimitado, no qual circula o amor, como sangue divino-humano. É a transcrição na humanidade da comunhão trinitária.
O ser humano, tocado por Jesus, jamais será uma pessoa separada, isolada. Ela se santifica e cresce na vida de comunhão com Deus, sem nunca estar separada dos seus semelhantes. De fato, a oração e o amor integram as pessoas entre si e postulam, para cada qual, seu progresso espiritual infinito. A meta, que as impulsiona a crescer, é a busca da felicidade, fim último de suas diversas atividades. O encontro com a perfeita alegria vai dar-se na suave serenidade do amor a Deus e ao próximo. Pois é na imensa dinâmica do amor que o outro se nos apresenta como o “próximo” e cada um de nós adquire a condição de ser o “próximo” dos outros. Jesus continua a dizer: “Vai, e também tu faze o mesmo”.
“Senhor, vosso amor ultrapassa todas as coisas. Acendei em meu coração o fogo do vosso amor e fortalecei minha fé e esperança em vossas promessas. Ajudai-me a doar-me no generoso serviço aos outros como vós generosamente vos destes a mim”.

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