Reflexão do Evangelho do dia 31 de Outubro de 2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio Figueiredo para:
Quarta-feira – 31 de
outubro
Lc 13, 22-30: A porta
estreita
À pergunta feita a Jesus sobre o número
dos que se salvam, a resposta é: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita,
pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão”. S. Cirilo de
Alexandria observa que o interlocutor “queria saber se seriam poucos os que se
salvariam, mas Jesus lhe fala da estrada que conduz à salvação”. O Senhor
reporta-se ao essencial, fala do conhecimento necessário para entrar pela porta
estreita. Neste sentido, os Santos Padres dizem estar Ele indicando a “porta do
céu”, só podendo ser transposta por uma fé firme e uma moralidade isenta de
mácula. De fato, ela é verdadeiramente “a nossa porta”, presente no sonho de
Jacó, embora invisível aos nossos olhos e que se abre para o átrio divino. Ela
permanece aberta, desde que o nosso Redentor entrou por ela conduzindo-nos em
seu seguimento.
S. Jerônimo nos diz que passar por ela
significa estar vigilante “para o dia do Julgamento, o que exige de nós a necessidade
de mantermos constantemente a lâmpada acesa pela luz de nossas boas obras”. S.
Cirilo de Jerusalém destaca a exigência do jejum, para se passar pela porta
estreita, “graças ao qual se rechaça com energia a perdição”. A porta ampla é
reservada aos que, por seu comportamento pecaminoso, ignoram a Lei. No entanto,
as palavras de Jesus: “Afastai-vos de mim, vós todos, que sois malfeitores!”,
não expressam uma rejeição definitiva dos pecadores. Constituem um apelo para
que “mudem a direção do caminho trilhado por eles” e possam igualmente passar
pela porta estreita. Para S. Agostinho “o alimento que se come e se bebe, ao
longo do caminho da vida, é Cristo, o Cordeiro imaculado. Oxalá, todos dele se
alimentem de modo a não merecerem o castigo”!
O texto termina com a afirmação de que
“os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”, anunciando a
eleição dos povos pagãos. A expressão “há primeiros” é partitiva, o que sugere
a existência de outros primeiros, também israelitas, os quais, por sua adesão a
Cristo, continuarão a ser os primeiros. Igualmente, os últimos, os pagãos, nem
todos serão, automaticamente, admitidos na Aliança de Abraão.
“Senhor, ajudai-me a confiar sempre em
vossa graça salvadora. Dai-me coragem e força para resistir às tentações,
sobretudo, às de não me comprometer e ser indiferente à vossa Palavra”.
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