Reflexão do Evangelho de dia 16 de Outubro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Terça-feira – 16 de outubro
Lc 11, 37-41: Contra os fariseus e escribas
       
        Jesus admoesta os fariseus, pois se o homem é considerado responsável por uma palavra casual, sem graves consequências, tanto mais ele o será por todas as palavras injuriosas e prejudiciais, como as blasfêmias proferidas por eles. As palavras traduzem os sentimentos do coração, assim, a prática externa para nada vale sem a observância interior. Por isso, voltando-se para eles, Jesus exclama: “Ai de vós fariseus, purificais o exterior do corpo e do prato, e por dentro estais cheios de rapina e de perversidade!” A expressão “ai” não exprime propriamente uma condenação, mas a dor ou a indignação perante a superficialidade ou a hipocrisia deles. No máximo, seria uma ameaça profética. Nos v.8-10, Jesus dirige-se aos discípulos (“vós”), mostrando que essa “ameaça profética” refere-se também aos cristãos. Todo discípulo é convidado a ficar de prontidão para não cair num “farisaísmo” análogo, pois a fé mobiliza não só a sua alma, mas também o seu corpo.
        O profeta Isaías, através de seus cinco “ais”, condena diversos males, visando corrigir a confusão que possa existir entre o bem e o mal causa da mais perigosa perversão: o falseamento da consciência, faculdade responsável pelo agir humano. S. Cirilo de Alexandria observa que “Jesus usa a metáfora do lavar a parte interna e externa de um cálice ou de um prato para, justamente, mostrar que os fariseus podem parecer limpos exteriormente, embora, na realidade, estejam cheios de ganância e de maldade em seus corações”. Escreve S. Ambrósio: “Para que o corpo esteja limpo, é necessário que o conteúdo do cálice esteja puro, graças à esmola, à misericórdia e à Palavra de Deus”.  
        S. Hilário de Poitiers afirma que “Cristo condena a preferência dada às observâncias humanas em detrimento das orientações dos profetas: respeitam-se opiniões vazias e transgride-se o que devia ser respeitado. Por exemplo, os ornamentos do altar e do Templo lá estavam tão somente para imitar a beleza das realidades futuras. Por essa razão, Cristo reprova que o ouro e a oferenda sejam honrados mais que o Templo e o altar, mais que o mistério”. Para Jesus as purificações rituais e as práticas exteriores não conduzem, automaticamente, ao coração da verdadeira piedade, à entrega generosa e confiante a Deus. Os fariseus e escribas, não se abrindo à luz divina, que ilumina o interior do homem, não entram no Reino de Deus e impedem a entrada dos que os ouvem. Obscurece-se, assim, o mais importante: o amor a Deus e ao próximo. 

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