Reflexão do evangelho do dia 13 de Outubro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Sábado – 13 de outubro
Lc 11,27-28: Verdadeira bem-aventurança

        Almejamos as bênçãos de Deus para nossa família, amigos e conhecidos. Quando uma pessoa anônima, em meio à multidão, torna-se a voz do povo e se eleva proclamando sua mãe abençoada, Jesus não a contradiz. Aliás, ela mesma já havia pronunciado essa dádiva divina, na visita à sua prima Isabel: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). Porém, Jesus esclarece que a fonte da bênção e da felicidade é a comunhão de vida com Deus. Realidade presente em sua Mãe. Em sua humildade, Maria submeteu-se ao plano de Deus, no cumprimento de sua vontade.
        Ela é bem-aventurada não só por ser a mãe corporal de Jesus, pois a Palavra de Deus se fez carne em seu seio, mas, sobretudo, porque ela se coloca totalmente a serviço dessa Palavra: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua vontade” (Lc 1,38). Maria atende à palavra anunciada pelo anjo e nela crê. De fato, logo em seguida, Jesus proclama “felizes, antes, os que ouvem a palavra de Deus e a observam”. Mostra, assim, a grandeza de sua Mãe, modelo para todos os que o seguem. Conforme seu costume, Jesus quer elevar o espírito dos que o escutam, fazendo-os passar do ponto de vista natural ao sobrenatural. Para quem o segue, o que conta não é a carne nem o sangue, mas a fé. E eis Maria, mulher de fé, que nos será dada como mãe. Mãe de todo verdadeiro discípulo de Jesus, representado pelo Apóstolo S. João. 
        O objetivo final, portanto, de nossa vida, pelo qual fomos criados, é em primeiro lugar a união com Deus. Fomos criados para Deus e nossos corações estão inquietos até que repousem nEle. Os que seguem Jesus e procuram realizar a sua vontade fazem parte de uma nova família, a família dos “santos” já neste mundo e, futuramente, no céu. Nossa adoção como filhos e filhas de Deus transforma nosso relacionamento e exige uma nova ordem de lealdade para com Deus. Escreve S. Agostinho: “De nada teria Maria aproveitado de seu parentesco físico, se não houvesse sido bem-aventurada por levar Jesus em seu coração, mais que em sua carne”.  O Senhor quer que a sua Palavra, recebida com fé, esteja presente em nós, como ela se fez presente em Maria. Escreve ainda S. Agostinho, colocando nos lábios de Jesus as palavras: “Também minha mãe, que tu chamas de bem-aventurada, ela o é porque acolhe a Palavra de Deus, não simplesmente porque nela o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Ou ainda: “Porque acolhe a própria Palavra de Deus por meio da qual ela foi feita, e nela se fez carne”. A fé é acolher a Palavra do Senhor. É a semente que nos gera para a vida divina e nos torna participantes da bem-aventurança. Maria é modelo e estímulo para todos os que seguem o divino Mestre.  

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