Reflexão do Evangelho do dia 24 de Outubro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Quarta-feira – 24 de outubro
Lc 12, 39-48: Vigiai, pois o Senhor não tarda a vir.

        O Senhor oferece-nos o maior tesouro que podemos imaginar: seu Reino de paz e de justiça. O discípulo há de estar preparado para quando ele vier. Sua vinda será decisiva, pois podemos perdê-lo caso não estejamos vigilantes. Seus seguidores sentem-se inquietos diante da incerteza de sua vinda, pois gostariam de saber quando ela se daria. Jesus nada diz, melhor, diz que o segredo está reservado só ao Pai. No entanto, o Apóstolo Pedro, tomando a palavra, em nome dos demais, pergunta-lhe se a advertência era dirigida só aos discípulos ou também a todos. Jesus conta, então, uma parábola, cuja conclusão mostra que cada um será tratado de acordo com a luz que lhe foi comunicada. Dos Apóstolos, o Pai espera mais deles: “Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado”.
        No entanto, a vigilância cabe a todos: “Ficai preparados, porque o Filho do Homem virá numa hora que não pensais”. E, com clareza, assevera: “Não vos pertence saber, nem o dia nem a hora”. S. Jerônimo, analisando essas afirmações de Jesus, comenta: “Ele sabia, mas convinha que os Apóstolos não o soubessem, pois na incerteza da vinda do Juiz, buscariam viver cada dia como se o Julgamento fosse acontecer no momento seguinte”.
        Na realidade, o Senhor não quer transmitir o calendário do fim do mundo. Não deseja deixá-los inseguros e angustiados: “cada dia basta o seu cuidado”. Ele procura levá-los a uma atitude, apregoada por ele tantas vezes, a da entrega confiante nas mãos de Deus. Desse modo, o discípulo abre o mundo ao imenso e permite-lhe aspirar a brisa do além de seus limites.  
A vinda do Reino definitivo não se mede por cifras de dias, meses, anos ou séculos. Ele é uma presença escondida, o “já lá” e o “ainda não” do mistério inefável de Deus, manifestado em Jesus. Comenta S. João Crisóstomo: “Como cada um de nós deve estar sempre preparado para afrontar um ladrão, assim cada qual deve estar sempre pronto a encontrar-se face a face com o fim da vida e o juízo que se segue. Para que nos mantenhamos sempre vigilantes e ativos, o Senhor não indica a data precisa de sua segunda vinda”. Vivamos intensamente, segundo Deus, cada instante da vida, o que para S. Jerônimo significa: “permanecer na Morada, no Templo do Espírito que todos somos pelo batismo”. Vigilantes, caminhamos desde já para a união com Deus que se realiza graças à ação divina e à liberdade humana. 

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