Reflexão do evangelho do dia 01 de Novembro de 2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio figueiredo para:
Quinta-feira – 01 de
novembro
Lc 13, 31-35:
Herodes, uma raposa
Alguns
fariseus aproximam-se de Jesus para avisá-lo que Herodes queria matá-lo. Ele
não se acovarda diante do perigo e, com coragem, opõe-se ao tirano. A sua
resposta assemelha-se a um apelo profético: “Ide dizer a esta raposa: Eis que
eu expulso demônios e realizo curas hoje e amanhã e no terceiro dia vou
terminar!” Ao chamá-lo de raposa, Jesus considera-o astuto e destrutivo, mas
também falto de dignidade e de respeito. Por outro lado, Jesus revela o que o
aguarda: seu sofrimento e sua morte em Jerusalém, e chora sobre a cidade, pois
ela – e sua casa, o Templo – ficará deserta, presságio da cessação do culto
mosaico.
Nos
Evangelhos, Herodes não demonstra querer diretamente a morte de Jesus, mas deixa
transparecer sua curiosidade em conhecer o realizador dos milagres. Mas Jesus
não se deixa impressionar pelas ameaças, muito menos pela curiosidade de
Herodes. E, pela expressão “hoje e amanhã”, ele indica que estará presente
ainda por algum tempo, permanecendo firme no cumprimento de sua missão divina.
No entanto, ao dizer: “no terceiro dia, vou terminar”, ele declara que sua
missão chegará ao término, num breve espaço de tempo. O verbo grego “teleioumai”
sugere, justamente, que a sua missão alcançará logo a consumação e a perfeição.
E, ao empregar a voz passiva, ele indica que a ação é obra de Deus. Sua morte não
é o fim, pois, através dela, realizam-se as esperanças e promessas da história
da salvação, proclamadas pelo profeta Oseias (6,2) para o “terceiro dia”, dia
da reconciliação com Deus.
Logo
após, Jesus faz uma advertência a Jerusalém: “Tu que matas os profetas e
apedrejas os que te foram enviados”. E prossegue, revelando sua ternura e
compaixão: “Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos”. S. Cirilo de
Alexandria, referindo-se aos “filhos” de Jerusalém, lembra que Jesus “lhes
tinha mostrado quão esquecidos eles estavam dos dons de Deus. Foram teimosos e
indolentes diante de tudo quanto poderia ter sido vantagem para eles”. Por
isso, como os profetas, Jesus, o Profeta, em quem se realizam todas as
profecias, deveria também perecer em Jerusalém, sinal da proximidade de Deus e
de sua ressurreição no terceiro dia.
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