Reflexão do Evangelho de domingo 28 de agosto
Reflexão do Evangelho de domingo 28 de agosto
Lc 14, 1.7-14 - Escolha de lugares
Presente num banquete, Jesus observa como os convidados
escolhiam os primeiros lugares. Contrastando com os fariseus, desejosos de
ocupar lugares de destaque, Jesus se volta para os discípulos com o objetivo de
conduzi-los, observa S. Cirilo de Alexandria, “a imitá-lo numa vida humilde, modesta
e digna de louvor, e a não serem sequiosos de vanglória, como muitos
demonstravam no banquete”. Jesus ataca de novo a hipocrisia dos fariseus manifestada
pela ânsia de ocuparem os lugares de honra na festa e de serem vistos e admirados
por todos. Faz-se uma clara distinção entre os que se colocam no seu devido
lugar, os humildes, e os que, ávidos por glórias humanas, procuram afoitamente ser
mais do que na realidade são.
Conversão para Jesus é pôr-se a serviço da salvação de seus
semelhantes e é promover uma realidade concreta e ativa que toque e converta
todos os âmbitos da vida pessoal e comunitária. Os discípulos tornam-se mensageiros
de sua ternura e do vigor de sua misericórdia, que tudo liberta e vivifica: participam
da Festa da Perfeita Alegria, que “será dada, no dizer de S. Irineu, no dia dos
justos, quando os pobres terão uma mesa preparada diante de Deus, que os
nutrirá com todo tipo de iguaria”. É a irrupção do novo Reino da confiança
incondicional a Deus e do serviço mútuo, que permite aos seguidores do Mestre se
desgarrar das riquezas e de tudo o que é supérfluo, sobretudo, da vaidade, dessa
terrível vaidade farisaica, que leva a pessoa a se julgar virtuosa e dona do
agir divino.
Deste banquete, ninguém é, de
antemão, excluído, pois os dons de Deus são concedidos a todos os habitantes da
terra. “O Dono da festa, observa S. Ambrósio, ordena que entrem os bons e os
maus, para aumentar o número dos bons, para aperfeiçoar as disposições dos maus,
e assim se realizem as palavras: os lobos e os cordeiros pastarão juntos” (Is
65,25). Como na parábola dos convidados para a ceia, Ele manda buscar os que
estão fora, na praça, os pecadores, para que também eles façam parte da festa e
possam trilhar o caminho estreito, cruzando a porta da vida, e, mais tarde, transfigurados,
participem do banquete eterno, junto dele. Então, desde já, os convivas, nas
dobras da vida, reconhecem a presença amorosa e misericordiosa de Deus, comunicando
paz e felicidade perenes.
Dom Fernando Antônio Figueiredo,
OFM
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