Reflexão do Evangelho de terça-feira 09 de agosto





Reflexão do Evangelho de terça-feira 09 de agosto
Mt 18,1-5.10.12-14 - Quem é o maior?


Uma das características essenciais de Jesus é a sua liberdade para fazer o bem e a firme convicção de ter sido enviado para comunicar a mensagem do Reino de Deus a todos, especialmente, aos excluídos: Ele acolhe os pecadores, come com eles; é “um entregar-se nas mãos de pecadores”, fato que torna sua morte dom da salvação e convite para a comunhão com Deus. De imediato, os discípulos não o entendem, pois faziam uma ideia menos trágica e mais gloriosa da vinda do Messias. Daí o fato de lhe perguntarem: “Quem é o maior no Reino dos Céus”? Eles não são ainda capazes de ver quem é Jesus; há falta de compreensão; há mal-entendidos a respeito do messianismo. Escreve São Jerônimo: “Pacientemente, Jesus quer agora purificar, por meio da humildade, o desejo de glória manifestado por eles”. Chamando uma criança e colocando-a no meio deles, disse: “Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus”. Convite para que eles tenham a mesma atitude fundamental dele perante a vida: “Existir para os outros”, e não se deixarem guiar pela ambição egoísta de ascender a posições de destaque. Paradoxalmente, a verdadeira dignidade diante de Deus é fazer-se a si mesmo pequeno.
Esse caminho espiritual implica uma mudança na maneira de ser e de pensar; é viver como filho do Pai celestial, Oceano de Caridade, pois só sendo seu filho se pode entrar no Reino. Ao tomar uma criança em seus braços, Jesus indica também a necessidade de servir os menores, os mais frágeis e insignificantes da sociedade, depositando no Pai sua confiança filial. Da mesma forma, exclui-se a possibilidade de alguém se considerar maior que os demais, pois, em Jesus, todos são filhos e filhas amados de Deus, e a todos cabe pertencer a única categoria que o Pai confere a todos os seus filhos. Nesse sentido, destaca S. João Crisóstomo: “Todos estamos unidos no céu, ninguém é superior a outro, nem o rico ao pobre, nem o senhor ao escravo, nem o que manda ao que obedece, nem o imperador ao soldado, nem o filósofo ao bárbaro, nem o sábio ao ignorante. A todos nós, Deus concedeu graciosamente a mesma nobreza, ao dignar-se ser igualmente chamado Pai de todos”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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