Reflexão do Evangelho de sábado 13 de agosto
Reflexão
do Evangelho de sábado 13 de agosto
Mt
19,13-15 - Jesus e as crianças
Trazidas
por suas mães, as crianças rodeiam Jesus, “para que Ele lhes impusesse as mãos
e fizesse uma oração”. Jesus, o profeta da salvação, que anuncia a alegre notícia
da parte de Deus, sinal de seu amor pelo ser humano, deseja comunicar a todas
as pessoas a felicidade e a paz. Porém, notando que os Apóstolos, para
poupá-lo, impedem a aproximação das crianças, Jesus, com uma expressão amiga e
bondosa, repreende-os, dizendo: “Deixai as crianças e não as impeçais de virem
a mim”. O fato de Ele impor as mãos e orar sobre as crianças não apenas
manifesta seu carinho e amor por elas, mas também atrai, no caso dos doentes,
como a hemorroíssa e o surdo-mudo, a proteção e a graça da cura. No entanto, em
todos os tempos e lugares, a necessidade que as pessoas têm de tocar ou receber
uma bênção, pela imposição das mãos, revela o senso sacramental que as anima; e
a confiança que depositam na bondade divina, mais real do que o gesto aparente.
A seguir, oferecendo seus braços às
crianças, Jesus as equipara aos “pobres em espírito” da primeira
bem-aventurança: “Porque delas é o Reino dos Céus”. Admirados, os Apóstolos descobrem
a realidade espiritual que está por detrás dos gestos de Jesus e sentem-se convocados
a se assemelharem às crianças, não se prendendo a uma visão estreita e egoísta
da vida, mas, “no espírito de criança”, esforçando-se para terem um modo simples
e despretensioso de ser e de viver. A propósito, observa Apolinário de Laodiceia:
“O que a criança tem por natureza, Deus deseja que tenhamos por escolha:
confiança, simplicidade, não guardando rancor em face aos erros alheios, tendo
amor pelos pais, ainda que castigados por eles”.
Jesus
aproveita a presença das crianças para exortar seus seguidores a se abandonarem
confiantemente ao Senhor, pois os verdadeiros discípulos são os “pequeninos”, aos
quais foram revelados pelo Pai os segredos do seu mistério amoroso. Portanto, não
se trata de permanecer criança, mas de crescer no conhecimento da Palavra de
Deus e na prática do bem, afastando a frieza e a indiferença, porque nada
mostra mais a grandeza do ser humano do que a gratidão pelo amor que Deus tem por
ele. Alimentados pelo Senhor, os discípulos alargam a esperança em seus corações
e, no dizer de S. Basílio Magno, “experimentam a ternura e o amor que Deus tem para
com seus filhos, acolhidos e abençoados por Ele”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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