Reflexão do Evangelho de domingo 07 de agosto





Reflexão do Evangelho de domingo 07 de agosto
Lc 12, 35-38 - Prontidão para o retorno do Mestre

      
       Jesus, só com sua simples presença, transmitia confiança e segurança ao pequeno grupo dos discípulos, que o acompanhavam: Ele fala de Deus como o Pai em quem eles podem confiar. Solícito com todas as suas criaturas, Ele envia seu Filho, que, anunciando o Evangelho do amor e da misericórdia, escreve S. Irineu, “veio em busca da ovelha desgarrada para reconduzi-la ao Pai”.
Em Jesus, Deus e homem se unem, de maneira que, ao acolher a sua Palavra, os discípulos aderem à sua Pessoa e participam das riquezas da vida divina: tornam-se “ricos diante de Deus” e serão recompensados “com toda sorte de graças” e dons espirituais. Porém, essa adesão dos discípulos a Cristo comporta viver, em cada instante, a abertura de coração a Deus Pai, Oceano de Caridade, e aos seus semelhantes.     Com esse feliz anúncio, inaugura-se a vinda do Messias, que nos revela a face misericordiosa do Pai.
 Por conseguinte, sua mensagem sobre sua vinda gloriosa não tem por objetivo anunciar o fim de tudo, mas sim desenvolver nos discípulos a capacidade de comunhão com os outros e com Deus: é mensagem de esperança, que os eleva ao Pai, fonte do mistério da Redenção e do qual depende a salvação da humanidade. Aos discípulos, para que se mantenham em guarda e estejam prontos para recebê-lo em sua segunda vinda, Ele conta uma parábola, a do “retorno inesperado de um Senhor”, após a festa de núpcias. Assim como aquele homem, Ele virá quando menos se espera, e oferecerá seu Reino de paz e de justiça àqueles que estiverem vigilantes, “com os rins cingidos e as lâmpadas acesas”.
A expressão trazer “lâmpadas acesas”, segundo S. Agostinho, significa manter-se vigilante mediante a prática das boas obras; e o fato de “ter os rins cingidos” remete à cuidadosa instrução dada a Moisés e a Aarão, no tocante à Páscoa: disposição virtuosa de quem se orienta de acordo com a reta razão e não se deixa guiar pelos movimentos impetuosos das paixões.
A tônica principal do discurso escatológico de Jesus, que fala da necessidade de nos prepararmos para o seu retorno, coloca-nos sempre nos ternos e misericordiosos horizontes do Pai, que nos ama a todos e nos chama todos pelo nome de filhos. S. Francisco de Assis reconhece esse momento da vinda do Senhor como sendo uma manifestação do Pai das misericórdias, doador de uma vida feliz, não mais ameaçada pela morte; é o momento culminante do “cumprimento da santíssima vontade do Pai”, que se ocupa de nós e nos envolve em seu manto benevolente.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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