Reflexão do Evangelho - Quarta-feira, 08 de março
Lc
11,29-32 - O sinal de Jonas
Atenta,
a multidão ouvia Jesus falar que o amor a Deus e aos homens era mais importante
do que as múltiplas tradições e prescrições, estabelecidas pelos fariseus e
escribas. Sua incondicional obediência à vontade do Pai mostra que a atitude
geral de sua vida é servir por amor e que o seu mandamento de amar o próximo exige
mais do que a Lei, pois a noção de “próximo” abrange também o inimigo. Se os fariseus
tinham em vista a santidade e a pureza de Israel, contra o perigo de assimilação
ao mundo pagão, suas acusações a Jesus refletem uma ponta de inveja, já que eles,
até então, eram tidos como único padrão e critério da verdade e da ortodoxia.
Propriamente, não há hostilidade entre eles e Jesus, o que existe é o desejo de
colocar à prova a pretensão de Jesus ou a validade dessa pretensão, pedindo-lhe
um sinal do alto. Mesmo o fato de alertar os discípulos contra o fermento dos
fariseus, parece simplesmente indicar uma maneira típica de salientar que o
único pão, necessário para alimentar a vida espiritual, é Ele mesmo, o próprio
Jesus.
Após o diálogo com os fariseus, para
ilustrar suas palavras, Jesus remete as pessoas, que permaneceram ao seu lado, ao
profeta Jonas, figura de sua morte e ressurreição, e aos habitantes de Nínive, que
simbolizavam, em seu processo de penitência e conversão, o povo libertado por
Deus. Fitando os ouvintes, sem titubear, Ele os compara a uma geração adúltera e
perversa, levando-os a contestar e a resmungar entre si: “Não é possível. Essas
palavras não podem ser aceitas em silêncio”. Jesus, porém, imperturbável, continua
a anunciar a vitória da graça divina, presente em sua Palavra, “que, no dizer
de Orígenes, não eram dons corruptíveis como o ouro ou os aromas, mas sim o
perfume espiritual da fé, o suor da virtude e o sangue do martírio”.
A
casuística judaica e algumas interpretações da Lei tornavam-se, por vezes, um
peso insuportável, pois deturpavam o verdadeiro sentido da Lei: ser sinal, não
de condenação, mas da misericórdia de Deus para com o seu povo. No entanto, as orientações
de Jesus, no sentido estrito da palavra, não constituíam normas jurídicas; eram
princípios fundamentais, que visavam nortear o agir dos discípulos, ao longo de
sua missão evangelizadora. Alguns dos ouvintes, que não reconheciam sua
autoridade, rejeitavam seus ensinamentos e afastavam-se com ares ameaçadores. Por
outro lado, os que acolhiam as suas palavras, guiados pela liberdade da fé, que
descerra a cegueira interior do coração, estreitavam-se ao seu redor e reconheciam
o poder irresistível de sua mensagem: fonte de salvação e de misericórdia para
Israel e para todos os demais povos, que, convertidos, seriam perdoados e
reconciliados com Deus, assim como os habitantes de Nínive.
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
ResponderExcluir