Reflexão do Evangelho - Segunda-feira, 20 de março
Mt
1, 18-24 - José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus
Na
plenitude dos tempos, o Filho de Deus se encarnou no seio puríssimo da Virgem
Maria, culminância da ação do Espírito Santo na história da salvação. A vinda
pessoal do Filho de Deus, que se tornou um dentre nós, afasta a tentação de
pensar Deus como um divino impessoal, ou a tentação de distanciar Deus dos
homens, sem que entre eles houvesse possibilidade de comunicação. Incluído em
Jesus, o ser humano não só se volta para Deus, em todos os aspectos de sua
vida, mas se torna, graças ao Espírito Santo, responsável do destino de toda a
criação. Em cada um de nós, como dom gratuito, existe uma força de sentimento
universal, para que anunciemos em alta voz a dignidade de toda pessoa e
pratiquemos, segundo já ensinavam os profetas, o direito e a justiça. O momento
culminante da “humanização” deu-se na encarnação, quando Maria, através do seu
sim, permite a união plena do divino e do humano: o Espírito Santo vem e
estabelece nela “a sua tenda”, presença permanente, a fim de que ela possa
gerar o Filho de Deus. Os grandes protagonistas deste Evento foram os profetas,
os patriarcas e, nos últimos tempos, S. José, o esposo de Maria, pai adotivo de
Jesus.
José, ao ver sua esposa grávida, em sinal de
seu amor reverencial e incondicional para com Deus, longe de condená-la, guarda
respeitoso segredo, prova da grandeza de alma e de sua fidelidade aos planos divinos.
Daí, diante da pergunta: “Como pode José ser declarado ‘justo’, se ele escondeu
a falta de sua esposa? ”, S. Jerônimo responde: “Longe disso! Ele é um
testemunho em favor de Maria, pois, conhecendo sua castidade e tocado pelo que
lhe sucede, esconde, por seu silêncio, o acontecimento do qual ignora o
mistério”. O acontecimento inexplicável da concepção de sua esposa permite a José
reconhecer e acolher o mistério anunciado pelos profetas: “Eis que a virgem
conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel”.
A atitude reservada de Maria causa
estranheza, mas José não se julga autorizado a levantar o véu do mistério. Já nos
limites da desolação, pensando em deixá-la, aparece-lhe, em sonho, um Anjo do
Senhor, confortando-o: “José, filho de Davi, não temas receber em tua casa
Maria, tua esposa, pois o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo”. O
carpinteiro, homem simples e trabalhador, recebe o tratamento de um descendente
de reis. Não contesta nem se orgulha, simplesmente ouve a voz do mistério e a
guarda no sacrário da sua consciência, honrando o desígnio altíssimo de Deus, que
escolheu aquela mulher para ser a mãe do Messias. Graças ao consentimento pleno
de Maria à ação do Espírito Santo, sua alegria é também uma consolação:
alimenta-o a certeza da vinda do Messias, o Filho de Deus.
José,
na obscuridade do seu sim, sem nada dizer, sente ressoar igualmente em sua alma
o “fiat” de Maria, em cujo seio,
escreve S. Efrém, “crescia a árvore do paraíso que abrigaria o mundo inteiro e
iria oferecer seus frutos a todos, de longe e de perto”.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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