Reflexão do Evangelho - Sexta-feira, 17 de março


Mt 21,33-43.45-46 - Parábola dos vinhateiros homicidas
       

        Através das parábolas, que retratam o cotidiano da vida, Jesus sugere alegria, coragem e segurança, como características daqueles que acolhem a sua oferta de salvação e a mensagem de que o Reino de Deus já está presente entre nós. Consequentemente, afastam-se deles a frieza interior e a insensibilidade da alma.  
Na parábola dos vinhateiros homicidas, Jesus narra o episódio do dono de uma vinha, que, após equipá-la devidamente, parte para longe, deixando-a entregue a alguns arrendatários. Ao chegar o tempo da colheita, ele envia seus servos para receberem a parte que lhe é devida. Os arrendatários da vinha, armados de agressiva violência, os submetem ao mesmo tratamento, que fora dado aos profetas: eles são rejeitados, maltratados e, até mesmo, mortos. A reação violenta dos vinhateiros, que representam os condutores do Povo da Aliança, destaca S. João Crisóstomo, “supera em sua atitude sanguinária a dos pecadores e publicanos”, pois, como proclamavam os profetas, sem o batismo de conversão, os filhos de Abraão fecham-se à salvação e são como os pagãos.
Após diversas tentativas inúteis, o proprietário resolve enviar seu próprio filho, designado como “o herdeiro”, imaginando que, certamente, ele seria poupado. Se antes, eles tinham negado respeito à autoridade legal dos representantes do dono da vinha, agora, eles estão diante do filho, o herdeiro, com plenos direitos sobre ela. Dominados pela ambição, surdos ao apelo definitivo, “eles o agarram e, lançando-o para fora da vinha, o matam”.
Os chefes religiosos compreendem que Jesus, ao falar do filho, está aludindo a Ele próprio, enviado pelo Pai celeste, que, escreve S. Irineu, “irá consignar a vinha, já não mais cercada, mas dilatada por todo o mundo, a outros colonos que deem fruto ao seu tempo, com a torre de eleição levantada, formosa, no alto firme; porque em todas as partes resplandece a Igreja; em cada lugar, está cavado, ao redor, o lagar, pois sempre há os que recebem o Espírito”.
Destituídos os primeiros arrendatários, os cuidados da vinha são transferidos a outros: ela não é destruída; preservada em sua identidade, ela permanece como raiz da nova plantação de Deus, que deverá produzir frutos a seu devido tempo. Morto, o Filho se tornará a pedra angular do Povo messiânico, que, restaurado em sua grandeza, produzirá, segundo o Apóstolo S. Paulo, “frutos do Espírito” (Gl 5,22): é o Reino de Deus, sussurro, brisa suave, que se inscreve na história como reino de misericórdia, de justiça e de paz! 


+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm


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