Reflexão do Evangelho - Quinta-feira, 09 de fevereiro
Mt
7, 7-12 - Confiar no Pai - Pedi e vos será dado
Desde os primeiros anos da vida da
Igreja, quer nos desesperos escondidos, quer nos templos do amor e da
esperança, a alegria espiritual floresce no coração dos que vivem a confiança e
a simplicidade. “No espírito de criança”, os que seguem Jesus banem da vida uma
visão estreita e egoísta, e adquirem um modo despretensioso de ser e de agir. A
propósito, evitando ter uma alma tortuosa e inquieta, que os fizesse duvidar deles
mesmos e de Cristo, eles recomendam, como condição essencial de salvação, a
irrestrita confiança em Deus.
Porém, como sucede conosco, a ansiedade,
qual lâmina fria, penetra o peito de muitos cristãos, levando-os à dúvida e à
indecisão: será que não podíamos ter realizado algo de modo diferente?
Ansiedade significa ter duas mentes, sentir-se aflito por julgar ter errado ou
cometido uma falha, que bate à porta do seu coração. Nesse momento de angústia,
quão preciosa é a voz tranquila e serena de Jesus, que diz: “Não podeis servir
a dois senhores ao mesmo tempo”. Só há um Mestre, e Ele tem o poder de nos
tornar livres do medo e do próprio pecado: Ele chega mesmo a cuidar dos
pássaros e peixes. Então, a ansiedade e toda preocupação são lançadas para longe
de nós, e, como crianças, colocados em suas mãos, somos acalentados e
confortados pelo calor de sua presença.
A
confiança e a serenidade, dons preciosos, trazem verdadeira alegria ao nosso
coração, pois nos dão a garantia de que o Pai nos acolhe, vale dizer, torna-nos
livres das preocupações, das inquietações, do medo e da insegurança. Tendo por
objetivo alimentar em nós essa confiança no Pai, Jesus conta a parábola do
amigo importuno, que é atendido graças à sua perseverança: nós, animados por
suas palavras, apresentamos ao Pai, nossas esperanças e dores, com a mesma
insistência, pois diz o Senhor: “Pedi e vos será dado; buscai e achareis, batei
e vos será aberto”. Dissipam-se as dúvidas e incertezas, e nós, envolvidos
pelas palavras do Mestre: “pedi”, “buscai”, “batei”, seremos atendidos pelo Criador
do universo, autor das forças da natureza. Afirma S. João Crisóstomo: “O Senhor
não simplesmente ordena pedir, mas quer que as nossas preces sejam fervorosas e
perseverantes: eis o sentido da palavra ‘buscai’”.
Nas palavras de Jesus, há uma inversão das
expectativas: não existe apenas a de sermos atendidos pelo Pai, mas também e
principalmente a expectativa do Pai, que está à espera do nosso pedido. Assim,
afastada toda e qualquer hesitação, confiantes, batemos à porta do Pai,
exclamando com S. Agostinho: “Demos graças ao doador de todo o bem. A Ele
rendamos graças, sem deixar de suplicar o que ainda não nos foi outorgado. Se nós
nos enriquecemos recebendo, Ele não se empobrece dando”.
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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