Reflexão do evangelho - Terça-feira, 07 de março
Mt
6,7-15 - A oração do Pai-Nosso
Embora a experiência de Deus como
Pai não fosse desconhecida a Israel, as preces habituais, no tempo de Jesus,
não se referiam a Ele como Pai. Nos Evangelhos, ao contrário, por doze vezes,
sem contar os textos paralelos, Jesus ora “ao Pai”, com quem se relaciona de
modo natural e simples, expressando uma intensa experiência religiosa de
intimidade. Fato que provoca espanto aos seus ouvintes, já escandalizados pela
autoridade, demonstrada por Ele, ao se referir à proximidade do Reino de Deus e
à ação salvadora do Pai.
Impressionados com o seu olhar para o
futuro como possibilidade de vida, alegria e felicidade para a humanidade, os discípulos
assumem para si o “Pai-Nosso” e o inscrevem no âmbito da cotidianidade da vida
cristã, segundo a recomendação dada pela Didaqué, “Doutrina dos Doze Apóstolos”
(dos anos 60-80 d.C.), pouco antes de transcrevê-lo: “Assim orareis três vezes ao dia”. Entregue
solenemente aos que estavam se preparando para o batismo, os catecúmenos, o
Pai-Nosso suscita belíssimos comentários de Tertuliano, S. Cirilo de Jerusalém,
S. Agostinho e S. Pedro Crisólogo. S. Cipriano, por exemplo, lembra que ao
dizermos: “Santificado seja o vosso nome”, não somos nós que santificamos o
Senhor com nossas orações, “mas somos nós que pedimos a Ele que o seu nome seja
santificado em nós”.
Talvez, a súplica: “Venha a nós o vosso
reino”, tenha sido considerada, pelos primeiros discípulos, como a súplica mais
importante, por terem eles experimentado, em Jesus, a oferta de salvação de
Deus e a vinda do reino do seu Pai, como consequência histórica do seu amor e
de sua solidariedade para com a humanidade. Na compreensão da comunidade
primitiva, o Pai-Nosso, além de exprimir o sentimento de união dos discípulos,
reflete claramente a ternura e o carinho de Deus como o Pai, que cuida de todos
em sua divina Providência: dá o pão, perdoa os pecados e livra os discípulos do
mal. Então, como companheiros de viagem de Jesus, eles confiam na benevolência
e na misericórdia do Pai, a quem deixam a última palavra.
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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