Reflexão do Evangelho – Sábado, 04 de março
Lc
5,27-32 - Vocação de Mateus
Jesus se encontra em Cafarnaum, na movimentada
rota de Damasco. Razão da presença de aduanas
e dos respectivos cobradores de impostos, chamados publicanos (telovai), dentre os quais Levi, também
chamado Mateus, nome hebraico, provavelmente abreviação de Matatías, que
significa “dom de Deus”. Ao saber da chegada do Mestre, Levi o convida para uma
refeição com os seus amigos e colegas cobradores de impostos, como ele. “Os
fariseus, vendo isto, perguntam aos discípulos: Por que ele come com os
publicanos e os pecadores? ”. E, entre si, diziam: “Como pode Ele participar de
uma festa com tais pessoas? ”. Ouvindo o burburinho, Jesus levantou a cabeça e,
em severo silêncio, olhou para os que o acusavam. Após alguns instantes,
repete-lhes o que dissera em outras ocasiões: “Não são os que têm saúde que
precisam de médico, mas os doentes”. De fato, Jesus demonstra amor e ilimitada
misericórdia até para com os que o rejeitam.
A tradição patrística e a literatura
ascética destacam dois aspectos fundamentais da vocação de Levi: o apelo
gratuito e eficaz do Senhor, que revela a sua bondade e o seu poder, pois, no
dizer de S. Beda, “Ele o viu mais com os olhos interiores do seu amor do que com
os olhos corporais”; e a resposta pronta e incondicional de Mateus, que aponta
para sua acolhida e disponibilidade.
O fato de ele deixar tudo e passar a
pertencer ao grupo dos discípulos impressionou vivamente S. Jerônimo, que declara
“ter Levi dito ser um publicano para mostrar que ninguém deve se desesperar sobre
sua salvação”. Com efeito, toda pessoa é digna da atenção e do perdão de Jesus,
que se aproxima dos pecadores para avivar em seus corações o desejo de uma vida
nova. Indispensável, é colocar nele, acima de qualquer outra coisa, sua alegria
e confiança, pois, no dizer de S. João Crisóstomo, “Ele conhece os secretos
pensamentos de cada pessoa, e sabe o momento em que cada pessoa está pronta
para ouvir o seu chamado”.
Então,
com sua ternura amorosa, diz-lhe Jesus: “Vem comigo”, expressão muitas vezes
traduzida por “segue-me”. Levi o segue, menos com seus passos, acompanhando-o; muito
mais como um familiar, que partilha de sua intimidade. Anima-o a alegria de
poder desempenhar a inefável missão de anunciar a todos o sentido do derradeiro
apelo feito pelo Mestre aos seus adversários: “Ide, pois, e aprendei o que
significa: misericórdia é que eu quero, e não sacrifício”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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