Reflexão do Evangelho de quarta-feira 04 de maio
Reflexão
do Evangelho de quarta-feira 04 de maio
Jo 15,26-16,4
- Quando vier o Espírito Santo
Na noite da refeição pascal, reunido com
os Apóstolos, Jesus fala do Espírito que Ele enviará de junto do Pai: o
Espírito da Verdade, que os consolará e os fortalecerá, pois os seus seguidores,
como Ele, irão passar pelo batismo do sofrimento e serem perseguidos. Se até
aquele instante, o Espírito estava junto deles, após a sua partida, Ele virá
aos seus corações para iluminá-los e revigorá-los no testemunho que eles darão diante
dos tribunais do “mundo”. Nada deverá desanimá-los. Diz Jesus: “Quando Ele
vier, o Espírito da Verdade, vos conduzirá na verdade plena”, pois Ele não virá
para revelar a si próprio, mas para revelar o Filho de Deus, no qual tudo foi
criado e em quem se dá a “recapitulação” de todas as coisas: Ele é o fim último
e verdadeiro da criação.
Os antigos valorizavam o testemunho dado
em favor de quem apresentasse uma mensagem. Assim, Moisés só é acolhido pelos
israelitas por ter sido designado por Deus e agraciado por Ele através de
manifestações e revelações. Da mesma forma, a autoridade dos Apóstolos se
baseia no fato de eles terem sido credenciados e escolhidos por Jesus para
serem seus porta-vozes, e pelo poder do Espírito Santo, que neles se manifesta.
Por
isso, vendo os Apóstolos tristes ante a sua iminente partida, o Mestre não os
repreende, simplesmente lhes diz: “É bom para vós que eu vá, pois se eu não for
o Paráclito não virá a vós”. Num primeiro instante, eles não o compreendem; só,
mais tarde, eles irão reconhecer que a ida de Jesus para junto do Pai correspondia
à vinda do Espírito divino, que perpetuaria a comunhão deles com o Cristo
glorificado. Então, o que eles contemplaram no monte Tabor, a transfiguração de
Jesus, irá se realizar, pelo Espírito Santo, na vida dos que creem no Filho de
Deus.
Firmados na fé e guiados pelo Espírito da
Verdade, os discípulos tornam-se testemunhas de Jesus e do Evangelho, vivendo
numa comunidade “nova”, sob o signo da liberdade no amor e na misericórdia. S.
Agostinho reconhece que “o testemunho apostólico para ser ‘fiel e verdadeiro’
deve estar duplamente fundado: no ensinamento de Jesus, seguindo-o fielmente,
como também na firmeza e na luz do Espírito Santo”.
Ao
final, despedindo-se, Jesus deseja a paz, apelo aos Apóstolos, para que se
coloquem a caminho da Terra Prometida, pois sua paz, shallom, não é uma mera fórmula, é um dom, que superando a paz que
o mundo oferece, constitui, com o amor e a alegria, um dos primeiros frutos do
Espírito Santo. A sua paz permanecerá no coração dos que o seguem, pois resulta
de um amor, não apenas criador, mas salvador, melhor, recriador, porquanto
renova a vida do pecador e confere a todos uma nova esperança: eis a boa nova
do Reino de Deus anunciado e, na generosidade de Jesus, introduzido na vida de seus
discípulos.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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