Reflexão do Evangelho de terça-feira 10 de maio




Reflexão do Evangelho de terça-feira 10 de maio
Jo 17, 1-11 - Oração de Jesus (I)
      
       A caminho do monte das Oliveiras, erguendo os olhos para o céu estrelado, Jesus pede ao Pai: “Glorifica o teu Filho para que o teu Filho te glorifique”.  Num tom de suave e paternal ternura, Ele revela o sentido de sua obra e de sua vida, e, movido de compaixão e carinho, conduz seus discípulos a uma filial confiança em Deus, nomeando-o: “Pai”, “Pai santo”, “Pai justo” . Esse que passou pela doçura dos lírios do campo e pela dureza do olhar dos fariseus, sem onde dormir; esse do perdão missionário; esse é Jesus que se vê entregue nas mãos de seus inimigos. Para espanto dos discípulos, eles ouvem sua voz serena e imperturbável: “Pai, chegou a hora! Glorifica teu Filho, para que Ele te glorifique”. Com o coração, em uma prece, Ele eleva ao Pai a oração “sacerdotal”, instante solene em que manifesta a sua última vontade, o seu testamento.
         Em seu imenso amor, Ele roga por todos os que, como seus discípulos, hão de crer em sua Palavra: “Que eles sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti”. Ao longe, a lua cheia tingia os horizontes, e sua tênue luz refletia os braços abertos do Mestre, que num de seus mais sublimes momentos, diz: “Pai, rogo pelos que me deste, porque são teus e tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu”. Os discípulos, consolados e fortalecidos, sentem-se incluídos na própria filiação do Filho Unigênito, que os conduz ao coração do Pai, do qual tudo lhe provém: suas palavras, sua origem divina, sua missão salvadora. O Filho intercede por eles e por todos os que, através dos tempos, irão acolhê-lo.  
        Esse homem, em cujo espírito reflete a dor da humanidade inteira, glorifica o Pai; seus olhos envolvem o todo e todos, transmitindo desde já, em seu ardente amor, a l.uz da Páscoa. Ele ora, e sua comunhão com o Pai se irradia e une seus discípulos de todos os tempos: a comunhão deles torna-se sinal de sua comunhão com o Pai. “Mediante a oração do Senhor, o amor com que ‘Deus nos amou por primeiro’ entra em nosso coração, e nós, a partir de então, respiraremos, pensaremos e falaremos nele”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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