Reflexão do Evangelho de quarta-feira 11 de maio



Reflexão do Evangelho de quarta-feira 11 de maio
Jo 17, 11-19 - Oração sacerdotal de Jesus (II).

       Instituído no sermão da Montanha, o Colégio dos Doze foi se consolidando ao longo da vida e do ensinamento de Jesus. Ao Apóstolo Pedro é confiado o governo da Igreja e a função de “confirmar seus irmãos na fé”; aos Doze, Jesus confere o poder de “ligar e desligar” e o mandato de perpetuar a eucaristia e o serviço mútuo. Em vez de erguê-los a Deus, o próprio Deus veio aos homens, para, unindo-os, torná-los servidores uns dos outros. Naquela hora, que antecede a sua prisão, Jesus roga ao Pai para que proteja aquele pequeno rebanho: “Pai santo, guarda-os em teu nome - este nome que me deste – e, assim, sejam um como nós somos um”.  A unidade que existe entre o Pai e o Filho, em sua missão na terra, se dilata e torna-se, na unidade dos que o seguem, fruto de seu perfeito amor ao Pai: “Eu neles e tu em mim, diz Jesus, para que sejam perfeitos na unidade”.
Eis que um rumor chega até o monte das Oliveiras! No bruxulear das tochas, entre as trêmulas cintilações, Jesus percebia a perturbação, refletida na face dos discípulos. Se lágrimas e angústia povoam seus corações, Ele quer que eles as superem e participem da perfeita alegria, que consiste no fato de ele entrar, no dizer de S. Ambrósio, “na glória de sua filiação divina”. Alegria que não nega a cruz, nem os embates, tampouco as perseguições por causa do Evangelho e do anúncio da Boa-Nova. Por isso, em sua bondade e compreensão, o Mestre não pede ao Pai que os afaste do mundo, mas que os preserve do mal, pois “eles não são do mundo, como eu não sou do mundo”. Ao invés, a eles foi dada a missão de atualizar, ao longo da história, o evento salvador, realizado plenamente pelo Mestre.
O olhar de Jesus se volta para o alto, seus lábios se abrem num diálogo amoroso com o Pai, Jesus de piedade e de amor... Em sua prece, Ele transporta os discípulos aos umbrais de sua glória, e debruçado na terra úmida, Ele ora por eles, Ele ora por nós, para que também nós sejamos fiéis à nossa vocação. Momento comovedor, que leva S. Cipriano a exclamar: “Tão grande é a bondade e a misericórdia do Senhor em vista de nossa salvação, que, não bastando redimir-nos com seu sangue, quis ademais rezar por nós”, para que fôssemos “consagrados na verdade”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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