Reflexão do Evangelho de sexta-feira 27 de maio



Reflexão do Evangelho de sexta-feira 27 de maio
Mc 11, 11-26 - A figueira seca e a expulsão dos vendilhões do Templo
         

        Uma vez mais, Jesus entra na cidade de Jerusalém, a cidade santa, ponto central e culminante de sua missão. Ao longo do caminho, Ele avista uma figueira e, estando com fome, busca figos para alimentar-se. Fato que é bastante simbólico, “pois não era tempo de figos”, o que leva S. Agostinho a dizer “Jesus tem fome não de figos, mas de outra coisa: os frutos de boas obras”. Porém, nesse caso, continua S. Agostinho, “a esterilidade é culpável porque a infecundidade é voluntária. Com efeito, os judeus possuíam as palavras da lei, mas não as expressavam em obras; estavam cheios de folhas, e não davam fruto”. Realidades da natureza, a figueira e a oliveira, eram utilizadas, simbolicamente, para significar o Povo de Israel em seu relacionamento com Deus.
Chegando a Jerusalém, eles se dirigem logo ao Templo, que era para Israel a lembrança constante da presença de Deus no meio do seu povo. Sinal da suprema beleza e santidade divina, dele ecoava o imperativo de que Israel, povo de Deus, através das boas obras, procurasse a santidade e excluísse de sua vida toda contaminação profana. No interior do Templo, o “piso” ao redor do centro, nomeado “o santo” ou “o santo dos santos”, era tido como o lugar da insuperável glória do Deus três vezes Santo.
       No entanto, Jesus vê, no interior do Templo, bois, ovelhas e pombas, animais que eram vendidos como oferendas para os sacrifícios. Não muito distante, os cambistas ofereciam os meios financeiros para possibilitar as negociações. Ora, essas atividades comerciais e o desrespeito pelo espaço sagrado contrastavam com o “zelo” de Jesus pela casa de Deus, levando-o a derrubar as mesas e expulsá-los do Templo. À pureza ritual dos escribas e fariseus, Ele apregoa a santidade do Templo, para que este não deixe de ser sinal da benevolência divina para com o seu povo. Nesse sentido, Ele proclama: “A casa de Deus é casa de oração para todas as nações”.     
       À tarde, Jesus e os Apóstolos retiram-se da cidade e, após descansarem, retomam o caminho para Cafarnaum. De madrugada, ao passarem pela figueira, Pedro diz ao Mestre: “Rabi, olha, a figueira que amaldiçoaste, secou”. Diante do espanto do Apóstolo, Jesus os exorta a terem uma fé permanente, destituída de dúvidas: “Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: ergue-te e lança-te ao mar, e não duvidar no coração, mas crer que o que diz se realiza, assim lhe acontecerá”. Eles jamais deverão deixar de confiar na ajuda de Deus, pois, dirá Tertuliano: “Um pai, mais pai que Deus, não há; um mais terno, não há”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM


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