Reflexão do Evangelho de quarta-feira 25 de maio
Reflexão
do Evangelho de quarta-feira 25 de maio
Mc
10,32-45 - Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu
A expectativa era grande. Os Apóstolos
aguardavam a qualquer momento a manifestação do Reino de Deus. Com um olhar sereno,
porém triste, Jesus fala de sua morte e ressurreição: “O Filho do Homem será
entregue aos chefes dos sacerdotes e aos escribas; eles o condenarão à morte e
o entregarão aos gentios..., e três dias depois ressuscitará”. No entanto, absorvidos
em seus pensamentos de glória, os discípulos não o entendem. A mãe de dois
deles, Tiago e João, filhos de Zebedeu, interpretando suas palavras como anúncio
da iminência da realização messiânica, pede ao Mestre que lhes conceda, “sentarem um à direita e outro à
esquerda” em seu Reino.
Não
é a primeira nem a última vez que o Evangelho sublinha o desejo de precedência.
Há uma ambição a ser corrigida, pois o que importa é pertencer ao novo reino de
serviço mútuo, afastando-se da pretensão de ser mais do que os outros. Por
isso, olhando para eles e desejando integrá-los na totalidade de sua missão, Jesus
lhes pergunta: “Podeis beber o cálice que eu vou beber, ou receber o batismo
que estou para receber? ”. Surpresos pela pergunta, mas sem titubear, eles
respondem: “Nós podemos”. De fato, Tiago morrerá mártir e João estará no
Calvário, partilhando do cálice com Jesus, no sofrimento da cruz. Embora não se
pronuncie sobre quem irá sentar-se à direita ou à esquerda em seu Reino, Jesus
não deixa de despertar nos Apóstolos a consciência de ser Ele o Filho amado de
Deus, por quem e em quem se realiza o desígnio do Pai.
A
decisão última cabe ao Pai. No momento, o importante não é se preocupar com o
lugar que irão ocupar, mas sim o fato de estarem ou não participando, desde já,
do Reino de Deus, como consequência da sua oferta de salvação. Porém,
percebendo que os demais Apóstolos talvez desejassem a mesma honra que os dois
filhos de Zebedeu, Jesus reafirma seu serviço de amor e solidariedade para com
o povo e lhes diz: “Aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor,
e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos”. Ele não
se refere ao futuro; Ele fala de algo que os devia estar norteando, desde quando
os chamara para segui-lo. No entanto, absorvidos por pensamentos de triunfo e
de honra, eles parecem divagar. Só mais tarde, irão compreender e repetir estas
palavras; agora, eles continuam prisioneiros da ideia da manifestação gloriosa
do Messias. O Senhor se sente só!
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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