Reflexão do Evangelho de quinta-feira 26 de maio
Reflexão do Evangelho de quinta-feira
26 de maio
Lc 9,11-17 – Solenidade do Corpo e
Sangue de Cristo
Na festa de Corpus Christi, rendemos
ação de graças a Jesus pela instituição, na Quinta-feira santa, da Eucaristia e
do sacerdócio. Na manhã daquele dia, Jesus pede para os discípulos prepararem a
ceia pascal, que, segundo a tradição judaica, se dava na noite do dia 14 do mês
primaveril de Nisan. Como
confidenciara dois dias antes, Jesus confere um sentido todo especial àquela
ceia, a última, que Ele faria com os seus Apóstolos: “Sabeis que daqui a dois
dias será a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado”. Sem
compreenderem bem o sentido de suas palavras, eles continuam a aguardar a
manifestação do seu triunfo.
No entardecer, por volta
da hora do crepúsculo, na atitude de quem está servindo, Jesus se põe à mesa
com os Apóstolos. Numa atmosfera de simplicidade, estendidos em pequenos leitos
baixos, reúne-se a comunidade messiânica. Ao dizer, segundo uma expressão
aramaica: “Eu estou em vosso meio”, Jesus indica que o fato de tomar a refeição
expressa seu desejo de comunhão com eles e com todos os que irão participar da
Ceia, através dos tempos.
Na Última Ceia, Jesus
vive a entrega de sua vida ao Pai e o seu serviço de amor pela humanidade, serviço
que congrega todos os que o acolhem na “nova aliança”, selada com a sua morte. Num
gesto sacrificial, o pão que Ele toma em suas mãos é identificado como sendo o
seu corpo, o mesmo que será entregue para a salvação de todos; sobre o cálice
com o vinho, Ele diz: “Este é o cálice do meu sangue”. Palavras que recordam
outra afirmação sua: “Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne
do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei
no último dia. Pois minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é
verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim, eu nele. Assim como o Pai, que vive, enviou-me e eu vivo pelo
Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim”.
Eis o mistério da fé! Proclamam os
cristãos, que consideram a Eucaristia como o mistério da verdadeira e real
comunhão com Cristo. No dizer de S. Gregório de Nissa, ela é participação real
no Corpo glorificado de Cristo, semente de imortalidade. Nesse sentido, a
Eucaristia, que perpetua a presença de Jesus entre nós, é o sacramento por
excelência da nova humanidade: o mistério da Igreja se realiza na Eucaristia; é
o início do tempo de salvação. Com S. Inácio de Antioquia confessamos: “Estamos
todos unidos, rompendo o mesmo pão que é remédio de imortalidade, antídoto para
não mais morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre. Então, uma só
coisa importa: ser encontrado no Cristo Jesus, para a verdadeira vida”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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