Reflexão do Evangelho de segunda-feira 30 de maio
Reflexão
do Evangelho de segunda-feira 30 de maio
Mc
12,1-12 - Parábola dos vinhateiros homicidas
Através das parábolas, que retratam o
cotidiano da vida, Jesus sugere: alegria, coragem e segurança, como características
daqueles que acolhem a mensagem sobre a vinda do Reino de Deus.
Consequentemente, afastam-se dos que o ouvem a frieza interior e a insensibilidade
da alma.
Nesta
parábola, Jesus narra o episódio do dono de uma vinha, que, após equipá-la
devidamente, parte para longe, deixando-a entregue a alguns arrendatários. Ao
chegar o tempo da colheita, ele envia seus servos para receber a parte que lhe é
devida. Os arrendatários da vinha, armados de agressiva violência, os submetem
ao mesmo tratamento, que fora dado por Israel aos profetas: eles são
rejeitados, maltratados e, até mesmo, mortos. Ainda que um deles retorne ao
dono da vinha, a quem cabe parte dos frutos, ele estará com as mãos vazias. Essa
reação violenta dos vinhateiros, que representam o povo da Aliança, destaca S.
João Crisóstomo, “supera em sua atitude sanguinária a dos pecadores e
publicanos”, pois, como proclamavam os profetas, sem o batismo de conversão, os
filhos de Abraão fecham-se à salvação e são como os pagãos.
Após diversas tentativas inúteis, o proprietário
resolve enviar seu próprio filho, designado como “o herdeiro”, imaginando que,
certamente, ele seria poupado. Mas a força da ganância é indescritível; ela domina
os vinhateiros a tal ponto que, movidos pelo desejo de se apoderarem da herança,
“eles o agarram e, lançando-o para fora da vinha, o matam”. Se antes, eles
tinham negado respeito à autoridade legal dos representantes do dono da vinha,
agora, eles rejeitam o próprio filho, o herdeiro, com plenos direitos sobre ela.
O apelo definitivo não é acolhido: o filho, morto, é lançado fora de sua vinha.
Os chefes religiosos compreendem que ao falar
do filho, Jesus está aludindo a Ele próprio, enviado pelo Pai celeste. “Por
isso, comenta S. Irineu, o Pai consignou a vinha, já não mais cercada, mas
dilatada por todo o mundo, a outros colonos que dêem fruto ao seu tempo, com a
torre de eleição levantada no alto firme e formosa; porque em todas as partes
resplandece a Igreja; e, em cada lugar, está cavado, ao redor, o lagar, pois
sempre há os que recebem o Espírito”. Destituídos os primeiros arrendatários, a
responsabilidade da vinha é transferida a um povo, que há de produzir, qual
nova plantação de Deus, frutos a seu devido tempo. Exclama S. Agostinho: “Que
se desperte no homem ‘a sede interior’, que se lhe abra ‘o olhar interior’ e
ele possa contemplar a luz, luz que ninguém poderá obscurecer”.
A
noção oposta de seguir Jesus ou de participar da intimidade de sua vida é
negá-lo; é afastar-se dele; é não acompanhar o Filho em sua entrega nas mãos do
Pai e no sofrimento da cruz. Porém, morto, o Filho se torna a pedra angular do novo
Povo, que, restaurado em sua grandeza, produzirá, segundo o Apóstolo S. Paulo, “frutos
do Espírito” (Gl 5,22): é o Reino de Deus, sussurro, brisa suave, que se
inscreve na história como reino de misericórdia, de justiça e de paz!
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