Reflexão do Evangelho de sábado 04 de junho
Reflexão
do Evangelho de sábado 04 de junho
Lc 2,
41-51 – Jesus entre os doutores
Cada ano, José ia a Jerusalém para a festa
da Páscoa. Embora as mulheres não fossem obrigadas a ir, Maria, mulher de
oração, amava estar no Templo para orar e participar das celebrações. “Quando o
menino completou doze anos”, a maioridade segundo a Lei, Maria o levou consigo.
A Praça do Templo regurgitava de peregrinos, que entoavam salmos e, alegres,
louvavam ao Senhor.
Terminados
os festejos, José e Maria uniram-se à caravana que retornava a Nazaré. Após um
dia de caminhada, ao darem-se conta de que o Menino não estava entre os
parentes e amigos, imediatamente, “voltaram a Jerusalém à sua procura”. Com
dificuldade atravessavam a cidade ainda repleta de gente; o coração deles pulsava
forte, seus olhos corriam de um lado para outro. O Menino, onde estaria Ele?
Dirigem-se então ao Templo; lá os doutores e escribas costumavam prolongar-se
em instruções e debates sobre a interpretação da Lei. Surpresos, viram-no entre
os sábios das Escrituras, ouvindo o que falavam e fazendo perguntas, que os
deixavam admirados pela sua inteligência e pelo conhecimento que demonstrava
ter.
Foram
dias de apreensão e de inquietude. S. Ambrósio observa: “Depois de três dias,
Ele é encontrado no Templo, como se houvesse esquecido a sua família segundo a
carne, cheio de sabedoria e da graça de Deus, revestido de esplendor divino,
como em sua Ressurreição”. O fato de eles terem procurado e encontrado o Menino
tem um profundo significado espiritual: nosso caminhar interior para Deus, do
pecado para a graça divina, do erro e da mentira para a verdade, do egoísmo e
da ganância para uma vida de doação e de generosa partilha.
“Meu filho! ” – Exclamou Maria. “Por que
agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. – “Por
que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai? ” – Respondeu
Jesus.
Suas palavras deixaram seus pais
confusos, pois elas insinuavam ser o Templo a casa de seu Pai e, no dizer de S.
Beda, “continham a declaração de serem sua glória e seu poder coeternos aos de
Deus Pai”. Entrementes, Maria, “sua mãe, guardava tudo isso em seu coração” e
ia traçando, com imagens cada vez mais ricas, o quadro da vida do seu Filho.
Aos poucos, levantava-se o véu do infinito amor de seu Filho, envolvendo-a em
sua inefável ternura. A resposta de Maria será sempre pronta, e assim ela estará,
a cada instante, concretizando o “fiat” dado no momento da Anunciação. Unidos à
Mãe, também nosso coração se torna um Tabernáculo, onde as palavras de Jesus são
guardadas e meditadas.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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