Reflexão do Evangelho de sábado 18 de junho
Reflexão
do Evangelho de sábado 18 de junho
Mt
6,24-34 - Deus e o dinheiro
Jesus
está à procura não de servos, mas sim de irmãos e de amigos, que estejam prontos
a acolher a dádiva divina, o presente de Deus para nós: Seu Filho muito amado. Com
divina sensibilidade, Jesus nos deixa como legado uma vida de pobreza, alçada a
ideal, fruto da escolha entre dois senhores. Diz Ele: “Ou odiará um e amará o
outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não se pode servir a
Deus e ao dinheiro”. Diante dessas considerações, os doutos da Lei se sentem incomodados,
não só por causa do amor deles pelo dinheiro, mas porque as palavras de Jesus
contrariavam a ideia comum de seus compatriotas, que consideravam a
prosperidade terrena como sinal do favor de Deus. No entanto, o povo o ouvia cheio
de esperança e de suave inquietação.
É
evidente que a liberdade com que Jesus falava causava espanto e mesmo temor. Na
realidade, Ele vai à questão essencial, que é apresentada aos discípulos, de
maneira singela e direta, sob a forma de uma decisão a ser tomada: se eles
queriam ou não receber amor, bondade e misericórdia, e, caso quisessem
recebê-los, estariam ou não dispostos a uma mudança em seu próprio modo de ser
e de viver? Mudança não apenas aparente, mas decisiva e permanente, pois a opção
por Deus significa ter o mesmo estilo de vida de Jesus: ser interiormente
livre, pobre e simples. No suor do coração, eles compreendem que suas palavras não
são meras prescrições; indicando um caminho sem fim, mas não sem perspectiva,
elas expressam atitudes concretas e precisas de amor, de misericórdia e de solidariedade.
O fim supremo é servir a Deus e aos seus semelhantes, uma vez que, segundo S.
Gregório de Nissa, “os pobres são os ecônomos de nossa esperança e guardiães do
Reino de Deus”.
Jesus
urge que os discípulos se decidam “por um ou por outro mestre”, pois mestre é aquele
que comanda o modo de pensar e de agir do seu seguidor. Por isso, eles ficam
desconcertados, quando Ele dá a entender que quem se deixa guiar pelos bens
materiais converte-se em inimigo de Deus. Por outro lado, os que o seguem se
sentem cheios de esperança, porque livres de toda inquietação (mérimna), ansiedade e dubiedade, eles
alcançam a serenidade e a tranquilidade de espírito: bênçãos do Pai, que sempre
está atento às necessidades vitais de seus filhos, que jamais ficarão desatendidos.
Caso contrário, comenta S. João Crisóstomo, “sem Deus, nada subsistiria e
pereceríamos todos inevitavelmente com as nossas preocupações, inquietudes e
fadigas”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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