Reflexão do Evangelho de segunda-feira 06 de junho



Reflexão do Evangelho de segunda-feira 06 de junho
Mt 5, 1-12 - As bem-aventuranças
                             

       No alto de uma colina, Jesus sentou-se e como mestre pôs-se a ensinar a multidão que o acompanhava. “E nos corações dos discípulos, salienta São Leão Magno, a mão veloz do Verbo escrevia os decretos da nova Aliança”, para todos os povos. São as bem-aventuranças.
 O termo grego “makários” (bem-aventurado), que corresponde a “baruk”, em hebraico, é empregado para expressar paz, felicidade, bênção. Por oito vezes, Jesus o repete para designar o ideal do verdadeiro discípulo: a serenidade no tempo presente e a felicidade eterna na visão de Deus. O desejo de Jesus é comunicar aos discípulos a paz nesta terra e, especialmente, conduzi-los à bem-aventurança perfeita do céu, já participada aqui e agora, em meio aos sofrimentos e perseguições. Nesse sentido, a bem-aventurança é definida por S. Gregório de Nissa como “a vida pura e sem mistura. Ela é o bem inefável, inconcebível, a inexprimível beleza, o poder que está acima de tudo, o único desejo, a realidade sem declínio, a exaltação sem fim”.
Composição em prosa ritmada, as bem-aventuranças não querem expressar um programa para organizar a sociedade, mas estabelecer as condições indispensáveis para participar do reino messiânico. Elas são um admirável apelo à conversão e revelam o que provocou o incêndio do Evangelho em inumeráveis corações: seguir Jesus em sua comunhão com o Pai.
Na realidade, as quatro primeiras bem-aventuranças ressaltam o primado de Deus ou o seu reinado, absolutamente superior a tudo o que é passageiro, sem desprezar as alegrias terrenas, frágeis e precárias. Os discípulos são encorajados a deixar-se guiar pela liberdade interior, em que as paixões se calam e os impulsos da alma se transformam em caridade. Então, invadidos pela luz divina, eles são introduzidos na Terra Prometida, recebida como herança, para trabalhar em favor da paz e compartilhar, na caridade, a vida dos que têm fome e sede de justiça. As quatro seguintes bem-aventuranças proclamam o amor fiel (hesed) dos que vivem as instruções e os ensinamentos do Senhor.
Por conseguinte, as bem-aventuranças são a resposta humana ao amor de Deus, e expressam o grito de esperança, que os pobres em espírito (anawe ruah) dirigem a Deus. Vivendo-as, eles atingem a liberdade interior e suas almas, qual lago tranquilo, refletem o rosto do Cristo misericordioso, puro de coração e promotor da paz. Eis a presença do reinado de Deus, apenas iniciado com a vinda de Jesus!

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM


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