Reflexão do Evangelho de sexta-feira 01 de julho
Reflexão do Evangelho de sexta-feira 01
de julho
Mt 9,9-13 – Vocação de Mateus
Jesus
se encontra em Cafarnaum, na movimentada rota de Damasco. Razão da presença de aduanas e dos respectivos
cobradores de impostos, chamados publicanos (telovai), dentre os quais Levi, também chamado Mateus, nome
hebraico, provavelmente abreviação de Matatías, que significa “dom de Deus”. Ao
saber da chegada do Mestre, Levi o convida para uma refeição com os seus amigos
e colegas cobradores de impostos, como ele. “Os fariseus, vendo isto, perguntam
aos discípulos: Por que ele come com os publicanos e os pecadores? ”. E, entre
si, diziam: “Como pode Ele participar de uma festa com tais pessoas? ”. Ouvindo
o burburinho, Jesus levantou a cabeça e, em severo silêncio, olhou para os que
o acusavam. Após alguns instantes, repete-lhes o que dissera em outras
ocasiões: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os doentes”. De
fato, Jesus demonstra amor e ilimitada misericórdia até para com os que o
rejeitam.
A tradição patrística e a literatura
ascética destacam dois aspectos fundamentais da vocação de Levi: o apelo
gratuito e eficaz do Senhor, que revela a sua bondade e o seu poder, pois, no
dizer de S. Beda, “Ele o viu mais com os olhos interiores do seu amor do que
com os olhos corporais”; e a resposta pronta e incondicional de Mateus, que aponta
para sua acolhida e disponibilidade.
O
fato de Levi deixar tudo e passar a pertencer ao grupo dos discípulos impressionou
vivamente S. Jerônimo, que declara “ter Levi dito ser um publicano para mostrar
que ninguém deve se desesperar sobre sua salvação”. Toda pessoa é digna da
atenção e da misericórdia de Jesus, que se aproxima dos pecadores para avivar
em seus corações o desejo de uma vida nova. Em todo caso, a confiança nele é
indispensável, pois, no dizer de S. João Crisóstomo, “Ele conhece os secretos
pensamentos de cada pessoa, e sabe o momento em que cada pessoa está pronta
para ouvir o seu chamado”.
E dirigindo-se a Levi,
disse-lhe Jesus: “Vem comigo”, expressão muitas vezes traduzida por “segue-me”.
Ele o segue, menos com seus passos, indo atrás do Mestre; muito mais com seu
modo de ser, como um familiar, que partilha de sua intimidade. E Levi,
abandonando tudo, torna-se discípulo de Jesus, e experimenta na vida o sentido
do derradeiro apelo feito pelo Mestre aos adversários: “Ide, pois, e aprendei o
que significa: misericórdia é que eu quero, e não sacrifício”.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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