Reflexão do Evangelho domingo 12 de junho
Reflexão
do Evangelho domingo 12 de junho
Lc 7,
36-50 - A pecadora perdoada
Certa feita, Jesus foi à casa de um
fariseu e “reclinou-se à mesa” para comer com ele, embora, destaca S. Gregório
de Nissa, “ele não fosse seu discípulo, nem cresse nele”. Eis que, trazendo nas
mãos um vaso de alabastro com um precioso perfume, aproxima-se dele uma mulher
tida como pecadora. Chorando, ela lavava os pés do Mestre com suas lágrimas e
os enxugava com os seus cabelos. “Porque
Maria viu claramente as manchas de sua vergonha, diz S. Gregório Magno, correu
para lavá-las na fonte da Misericórdia, e não teve vergonha diante dos
convivas. No seu interior, a vergonha era tão grande, que ela não temia mais
nada proveniente do exterior. Mas, o que mais admiramos? Maria que se aproxima ou
o Senhor que a recebe? Mais exato seria perguntar: é Ele quem a recebe ou é Ele
quem a atrai? Ele a atrai e a recebe, pois a atrai no interior de sua
misericórdia e a recebe com bondade”.
A
cena desagradou o dono da casa que dizia, em seu coração: “Se este homem fosse
profeta, saberia bem quem é a mulher que o toca, porque é uma pecadora! ”. Jesus,
lendo seus pensamentos, pergunta-lhe: “Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Um
credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentas moedas; outro, cinquenta.
Como não tivessem com que pagar, perdoou a dívida de ambos. Na tua opinião,
qual dos dois o amará mais? ”. Diante da resposta de que seria aquele ao qual o
credor mais tinha perdoado, Jesus mostra a diferença entre ele, Simão, e aquela
mulher. Simão, que se julgava justo e irrepreensível, diante de Deus, não lhe tinha
prestado o respeito devido, derramando água em seus pés e óleo na cabeça, conforme
costume judaico. Ao contrário, a mulher banhava seus pés e cabeça, reconhecendo
sua culpa e recorrendo a quem podia perdoá-la e conceder-lhe vida nova.
“Teus
pecados estão perdoados”, diz-lhe Jesus. E, voltando-se para os convivas, declara
que os numerosos pecados daquela mulher tinham sido perdoados, “porque ela
demonstrou muito amor”. Para ela, é um novo começo e uma nova esperança,
incompreensível aos que estão presos à casuística e rejeitam qualquer outro
tipo de interpretação da Lei. De fato, ligados às aparências e ao passado da
mulher, eles a rotulam e a desprezam. A atitude de Jesus é bem outra. Aquele
que sonda “os rins e os corações” vai além da norma jurídica, e decide segundo
o princípio fundamental do amor misericordioso do Pai. Perturbados, os doutores
da Lei se interrogam: quem pode perdoar os pecados, além de Deus? Mas ainda
mais admirados eles ficam, ao ouvi-lo dizer: “Tua fé te salvou; vai em paz”.
Quantas vezes somos incapazes de reconhecer a presença de Deus junto às
pessoas, convivendo com elas!
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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