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Mostrando postagens de maio, 2013

Reflexão do Evangelho do dia 02 de Junho de 2013

Domingo – 02 de junho Lc 7, 1-10 – A cura do servo do centurião           O centurião romano suplica a Jesus: “Meu criado está deitado em casa, paralítico, sofrendo dores atrozes”. Jesus o conforta e o consola, dizendo-lhe: “Eu irei curá-lo”, pois, comenta S. Agostinho: “O Senhor não quer, simplesmente, entrar na casa daquele homem. Ele deseja entrar em seu coração”. Ele representa alguém que reza com fé ardente e vai a Jesus com total confiança. O evangelista S. Mateus descreve o servidor “sofrendo dores atrozes” e o centurião, alto personagem, como alguém de profunda humildade, que, diante da atitude generosa do Senhor, diz-lhe: “Senhor, não sou digno de receber-te sob o meu teto; basta que digas uma palavra e o meu criado ficará são”.            Uma palavra basta, porque é “tua” palavra e ela é soberanamente eficaz. O militar pagão reconhece em Jesus o poder e a misericórdia de Deu...

Reflexões do Evangelho do dia 01 de Junho de 2013

Sábado – 01 de junho Mc 11, 27-33: Questões sobre a autoridade de Jesus                     De cidade em cidade, Jesus passa ensinando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Ele percorre a Galileia trazendo esperança à população simples e carente. Ela o aclamava e o seguia. Em Jerusalém, ele não se cala, nem se intimida diante dos doutores e sacerdotes, que não o veem com bons olhos. Também aí, ele ensina e as multidões aglomeram-se para ouvi-lo. Uma delegação do Sinédrio, supremo conselho do povo judeu, constituído por sacerdotes e escribas, aproxima-se dele para interrogá-lo: “Com que autoridade fazes estas coisas?” À diferença dos greco-romanos, que consideravam o poder como algo obtido e consolidado pela força, Israel o vê como dom concedido por Deus em vista de uma missão ou do exercício de uma tarefa em benefício do povo. Colocando-os nesse contexto, Jesus os remete, primeiramente...

Reflexão do Evangelho do dia 31 de Maio de 2013

Sexta-feira – 31 de maio Lc 1,39-56 -  Visitação de N. Senhora A saudação do anjo a Maria, “alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”, designa-a como cumulada de graça ou favor divino (kecharitoméne), e de modo permanente (cháris), uma vez que a graça divina habita em sua vida, desde sempre. Se o pecado significa fechar-se a Deus e aos irmãos, a graça divina outorga ao ser humano uma qualidade sobrenatural, demonstrada por Maria, cujo coração é voltado para o Senhor em total sintonia com a sua vontade. Ao Anjo, ela responde: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade”, pois nela não há qualquer sinal, por menor que seja de egoísmo ou de fechamento aos desígnios do Pai. E por estar entregue a Deus, ela é toda disponível aos seus semelhantes. Por isso, destaca-se a presteza com que ela se encaminha à casa de Isabel, indo imediatamente ao seu encontro para servi-la. Comenta S. Ambrósio: “Maria é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cum...

Reflexão do Evangelho do dia 30 de Maio de 2013

Quinta-feira – 30 de maio Lc 9, 11-17 - Festa de Corpus Christi                                 Na festa de Corpus Christi, do Corpo de Cristo, rendemos ação de graças a Jesus pela Quinta-feira santa. Na última Ceia, ele deixa aos seus discípulos o mais valioso presente, a Eucaristia. Nela reconhecemos sua presença real e verdadeira e o adoramos como o Salvador de todo o gênero humano. Ele é o verdadeiro Cordeiro, que realiza a Redenção da humanidade. Diz o Senhor: ”Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanec...

Reflexão do Evangelho do dia 29 de Maio de 2013

Quarta-feira – 29 de maio Mc 10, 32-45 - Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu Referindo-se à sua morte e ressurreição, Jesus diz aos Doze Apóstolos: “O Filho do Homem será entregue aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no terceiro dia ressuscitará”. Ao ouvir tais palavras, omemn HH a mãe dos filhos de Zebedeu dirigiu-se a ele, pedindo que “seus dois filhos se assentassem um à direita e outro à esquerda” em seu Reino. A mãe fez o pedido, mas são os filhos que recebem a resposta. Há uma ambição a ser corrigida. Aliás, não é a primeira nem a última vez que o Evangelho sublinha o desejo de precedência. Por isso, o Senhor interroga: “Podeis beber o cálice que estou para beber?” Estar com ele na glória é viver, desde agora, o abandono total e a renúncia a si mesmo. É participar de sua morte e dos seus sofrimentos. Escreve S. João Crisóstomo: “Quem procura a ostentação, enquanto o Senhor segue a humildade, não reflete a imagem de Cristo, pois não é verdadeiro dis...

Reflexão do Evangelho do dia 28 de Maio de 2013

Terça-feira – 28 de maio Mc 10, 28-31: Recompensa pelo desprendimento                     O desprendimento e a renúncia estão estreitamente ligados à prática da vida cristã.  Desde criança, somos introduzidos, por nossos pais, à prática de pequenos sacrifícios, como exercício para tornar o corpo são e forte. Pela renúncia, escreve Evágrio, “o corpo torna-se ligeiro, alegre e munido de asas”. Daí o fato de S. João Batista ser representado nos ícones com asas. Muitos outros termos, que remontam às tradições pré-cristãs, foram adotados pelos cristãos para designar a renúncia, como purificação, ascese, mortificação e domínio de si mesmo. Sem cair no estoicismo ou no maniqueísmo, aspira-se seguir ao Senhor por ser ele, e não os bens materiais e as paixões desordenadas, o centro da vida cristã. A renúncia ou penitência constitui força renovadora, criativa, o dinamismo de uma vida capaz de s...

Reflexão do Evangelho do dia 27 de Maio de 2013

Segunda-feira – 27 de maio Mc 10, 17-27: O perigo das riquezas           Os Apóstolos ficam atônitos diante das palavras de Jesus: “É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”. Em nome dos Doze, exclama S. Pedro: “Nós tudo deixamos e te seguimos: O que vamos receber?” Eles acabam de ver a reação do jovem rico. As palavras misericordiosas do Senhor não lhe foram compreensíveis, pois o jovem não entendeu “que o supérfluo, que possuía, era necessário ao pobre” (S. Agostinho). Apegado e não querendo renunciar aos seus bens, ele se retira. Ao contrário, os Apóstolos perseveram no seguimento de Jesus. O que receberiam? Sem recriminar Pedro, por sua expectativa de retribuição, Jesus confirma o que dissera ao jovem. Quem busca o Reino dos céus, livre em seu coração, coloca nele toda a sua confiança, seguindo-o prontamente. Movem-no, unicamente, o amor e a esperança.     ...

Reflexão do Evangelho do dia 26 de Maio de 2013

Domingo – 26 de maio Jo 16, 12-15 – SS. Trindade - Um Deus em três Pessoas      Desde a antiguidade grega, grande é o desejo de se chegar a Deus, fonte de felicidade. Persegue-se o ideal do Bem e do Belo, pelo qual o ser humano entra em contato com a realidade divina.  O mérito consiste em postular um ideal moral e em colocar a questão de Deus em termos existenciais, que impulsionam o homem a buscar Deus e, mesmo, a imitá-lo. No entanto, em tal visão filosófica, não se concebe a possibilidade de um diálogo com o Ser supremo.          Na Revelação divina da Bíblia, ao invés disso, Deus torna-se acessível e estabelece uma relação dialogal conosco. S. Basílio Magno fala de “um discurso do espírito com Deus” para designar a oração, diálogo entre Deus e o homem. Orígenes, grande teólogo, intui que este diálogo, realizado durante a peregrinação terrena, é participação do diálogo eterno “no céu” entre o Pai e o Filho no...

Reflexão do Evangelho do dia 25 de Maio de 2013

Sábado – 25 de maio Mc 10, 13-16: Jesus e as crianças           Jesus se vê rodeado de crianças, trazidas pelos parentes, para que ele lhes imponha as mãos. Sinal de sua transcendência sagrada. Contato salvador de Jesus com a humanidade, cujo efeito é testemunhado pela hemorroíssa, ao tocar suas vestes, e pelo surdo-mudo, tocado por ele. Este aspecto sensível faz parte integrante da realidade humana. Também, em nossos dias, é forte a necessidade de tocar, de sentir a presença da graça e de receber uma bênção pela imposição das mãos.           Das crianças é o Reino de Deus, proclama o Evangelho. Elas confiam em Jesus e suas mães desejam que ele lhes conceda proteção e a graça divina. Escreve S. Epifânio: “As crianças ignoram a maldade, pois não sabem pagar o mal com o mal. Não sabem como prejudicar alguém”. Apolinário de Laodiceia observa: “O que a criança tem por natureza, Deus deseja qu...

Reflexão do Evangelho do dia 24 de Maio de 2013

Sexta-feira – 24 de maio Mc 10, 1-12: Perguntas sobre o divórcio           Acalorada era a discussão entre os rabinos sobre o motivo que legitimava o repúdio da própria mulher. A questão girava ao redor das determinações do Deuteronômio, cujas expressões eram pouco precisas. Para testar Jesus, os fariseus lhe perguntam: “É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja?” Os mais rígidos, escola de Shammai, interpretavam o texto bíblico em seu sentido estrito: só em caso de uma conduta deveras desonrante. Ou em sentido mais amplo, escola de Hillel, segundo a qual se podia repudiar a mulher por não importa qual motivo. A pergunta é capciosa e visa colocar Jesus à prova.           Ciente do que se passa no coração de seus ouvintes, o Senhor situa a questão no quadro dos desígnios do Pai. Sem negar a Lei, é necessário superá-la não se deixando limitar por ela. Com sabedoria, Je...

Reflexão do Evangelho do dia 23 de Maio de 2013

Quinta-feira – 23 de maio Mc 9, 41-50: O escândalo a ser evitado                     Duas forças operam em nossa vida: o poder da tentação e o poder da fé. Se o primeiro quer arrastar o homem ao pecado, o segundo permite-lhe superar os obstáculos e vencer as atrações do mal. O maior dos males é a ruptura com Deus e com os irmãos, enquanto o maior bem é, justamente, a vida em Deus e a comunhão fraterna. Quão grande foi o escândalo suscitado pelo bezerro de ouro, o cisma de Israel ou os ídolos de Samaria! Não menos vigoroso e forte é o apelo para não ser causa de escândalo. A palavra escândalo sugere a ideia de armadilha ou pedra de tropeço, que provoca a queda de alguém. A gravidade de sua prática é medida pelo castigo infligido àquele que o causa. As palavras do Mestre mostram-se duras e severas ao dizer “que seria melhor para quem é causa de escândalo atar no pescoço uma grande pedra de ...

Reflexão do Evangelho do dia 22 de Maio de 2013

Quarta-feira – 22 de maio Mc 9, 38-40 - O uso do nome de Jesus                     Os primeiros cristãos, de origem judaica, têm perante seus olhos o nome divino, dado pelo próprio Deus a Moisés: “Eu sou aquele que sou”. Nome irredutível a qualquer outro nome. Realidade inefável. A mesma ideia tinham eles a respeito do nome de Jesus, que, em seu poder, imprime no cristão a sua imagem misteriosa, mas real, santificando-o. Opera-se nele uma verdadeira transformação. Destaca o Apóstolo S. Paulo: “Nós refletimos como num espelho a glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem, cada vez mais resplandecente, pela ação do Senhor, que é Espírito” (2Cor 3,17).           Se a transfiguração do homem se realiza, graças à presença do Senhor, não só entre nós, mas em nós, seria possível alguém apoderar-se da ação ou do ministério de Jesus? O Apó...

Reflexão do Evangelho do dia 21 de Maio de 2013

Terça-feira – 21 de maio Mc 9, 30-37: Quem é o maior?                     No surgimento da Igreja, o Apóstolo S. Pedro recebe do Senhor diversos sinais de preeminência, o que poderia despertar, entre os Apóstolos, certa rivalidade. Não esqueçamos, observa S. Jerônimo, que os demais “Apóstolos tinham visto que Pedro e o Senhor pagaram o mesmo tributo” devido ao Templo. Tiago e João foram escolhidos com Pedro para serem testemunhas da Transfiguração. Eles já o tinham sido da ressurreição da filha de Jairo. Vem, então, muito a propósito a curiosidade dos discípulos, “que se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: Quem é o maior no Reino dos Céus?” Em todos os tempos, o desejo de grandeza e de glória encontra guarida em muitas mentes. Mas nada escapa ao olhar atento de Jesus. Por isso, querendo formá-los, ele adverte que para partilhar da sua glória é necessário passar pela cruz. De imediato,...

Reflexão do Evangelho do dia 20 de Maio de 2013

Segunda-feira – 20 de maio Mc 9, 14-29 – Cura do epilético endemoninhado        Os milagres são expressões do poder salvador de Deus manifestado em Jesus e atestam, assim como sua pregação, sua missão redentora. Ligados à fé, os milagres se situam acima de todo poder humano. Escreve Orígenes: “Se houver uma fé completa, em que a Escritura é acolhida em sua totalidade, então, o fiel será como o grão de mostarda, e nada lhe será impossível”.           Mas há milagres, tão próximos da vida, como o do epilético endomoninhado, que nos colocam no interior da Providência divina e nos fazem reconhecer a importância primordial deles no ministério de Jesus. O pai do jovem havia, anteriormente, recorrido aos discípulos, sem conseguir nada. Após a cura e a expulsão do demônio, Jesus repreende os Apóstolos pela pouca fé demonstrada por eles. Mais tarde, eles o procuram e, a sós, perguntam-lhe: “Por que não pudemos e...

Reflexão do Evangelho do dia 19 de Maio de 2013

Domingo – 19 de maio Jo 20, 19-23 – Pentecostes (Efusão do Espírito Santo).                     Após sua morte e ressurreição, Jesus prometeu a seus discípulos o dom do Espírito Santo. No dia de Pentecostes, rezamos uma antífona, muita significativa e de grande beleza, na qual suplicamos ao Espírito Santo que “Ele nos faça renascer, e renove a face da terra”. Lembramo-nos, então, da passagem do Evangelho do dia de hoje. Jesus “soprou sobre os Apóstolos e lhes disse: Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados”. No perdão de Deus renascemos para uma vida nova. Por meio dos Apóstolos e dos ministros de Cristo, o Espírito Santo age e nos concede o perdão sacramental. Regenerados, contemplamos a luz divina iluminando o nosso ser e, extasiados, mergulhamo-nos no oceano de luz e de silêncio. A doçura é tal, que o coração se consome de amor e nos prepara pa...

Reflexão do Evangelho do dia 18 de Maio de 2013

Sábado – 18 de maio Jo 21, 20-25: O destino dos Apóstolos Pedro e João           Ao longo de sua missão pública, Jesus emprega o verbo “permanecer” por diversas vezes. Já no início de suas pregações, vendo André e o “outro discípulo” e visando colocá-los em seu seguimento, ele lhes diz: “Vinde e vede”. O verbo “ver” ou o ato de ver tem um papel importante no processo joanino do conhecimento, o que permite situar S. João entre as testemunhas oculares da vida de Jesus. De fato, logo após, o Evangelho narra que ambos permaneceram com Ele “aquele dia”, expressão que designa a união íntima deles com Jesus. Tornam-se seus discípulos, pois deixam tudo para segui-lo.           A figura jovem e mística do evangelista S. João nos impressiona, sobretudo, na celebração da última Ceia e no momento da crucifixão de Jesus.  Na Cruz, João representa todo verdadeiro discípulo de Jesus e recebe Maria ...

Reflexão do Evangelho do dia 17 de Maio de 2013

Sexta-feira – 17 de maio Jo 21, 15-19: A confirmação de Pedro           Em Cesareia, logo após sua confissão de fé, Jesus institui o primado do Apóstolo S. Pedro. Agora, após a sua ressurreição, ele realça o primado de Pedro e sua autoridade sobre os demais Apóstolos: “Quando voltares, diz Jesus, confirma teus irmãos”. O verbo “voltar” insinua a ideia de conversão, sugerindo, de modo implícito, a tríplice negação do Apóstolo no momento da prisão do Mestre. Se, naquele momento, Pedro vacilou, logo em seguida, voltando-se para o Senhor verteu lágrimas de arrependimento.     Em sua terceira aparição aos Apóstolos, Jesus ressuscitado empreende um sublime diálogo com Pedro. Parece-nos que o Mestre deseja restabelecer a “rocha” em sua fortaleza com uma tríplice profissão de amor. Diz a Simão Pedro: “Amas-me mais do que estes?” O fato de repeti-la por três vezes, leva-o a descobrir, na humildade, onde reside a força de sua r...

Reflexão do Evangelho do dia 16 de Maio de 2013

Quinta-feira – 16 de maio Jo 17, 20-26: Que todos sejam um como nós, ó Pai.                     Jesus coloca os Apóstolos diante de dois momentos de sua vida: sua missão terrena e seu retorno para junto do Pai. Ele apareceu neste mundo pecador como nosso Salvador, tornando-se um indivíduo de nossa história para nos conduzir ao Pai. Pasmos, perguntamo-nos: como é que a salvação de todos depende dele? De acordo com o Evangelho de S. João a nossa relação com o Filho se estabelece pelo fato de ele ter assumido nossa carne, tornando-se homem. Ele não é simplesmente “um” (en) algo, ele é este único, em quem somos “um” (eis) só ser. Foi o que Paulo compreendeu às portas de Damasco, ao ouvir: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Ora, ele estava atrás não de Cristo, mas dos cristãos. Por isso, ao ouvir a voz do alto, ele reconhece que Cristo e os cristãos são um só. De fato, ao longo do Evangelho, ...

Reflexão do Evangelho do dia 15 de Maio de 2013

Quarta-feira – 15 de maio Jo 17, 11-19: Oração sacerdotal de Jesus (II).           Instituído no sermão da Montanha, o Colégio dos Doze foi se consolidando ao longo da vida e do ensinamento de Jesus. Ao Apóstolo Pedro foi confiado o governo da Igreja e a função de “confirmar seus irmãos na fé”. Os Doze receberam o poder de “ligar e desligar” e deverão perpetuar a eucaristia, a comunhão e o serviço mútuo. A unidade existente entre Pai e o Filho, em sua missão na terra, envolve agora os discípulos. No desejo de que sejam um e que o ardor da comunhão jamais esmoreça, Jesus roga ao Pai por eles e não só por eles, mas também pelos que hão de segui-los. De modo solene, ele ora: “Pai santo, guarda-os em teu nome - este nome que me deste – para que eles sejam um como nós somos um”.   Jesus prepara os discípulos para sua partida iminente. Quer que eles participem de sua alegria, cuja plenitude é o fato de ele entrar, no dizer de S. Ambr...

Reflexão do Evangelho do dia 14 de Maio de 2013

Terça-feira – 14 de maio Jo 15, 9-17: Amai-vos como eu vos amei           Começou o reino do amor e foi dissolvida a escravidão do pecado e da morte. Na cruz do Calvário apareceu a nova vida para toda a humanidade, pois em Jesus deu-se a reconciliação com o Pai. Nos braços abertos e transpassados do Senhor refulge a luz do perdão e do verdadeiro amor, iluminando a todos, sem restrição. “Este é o dia que o Senhor fez para nós” (Sl. 117,24), “dia muito diferente daqueles que foram estabelecidos desde o início da criação do mundo e que são medidos pelo decurso do tempo. Este dia é o início de uma nova criação” (S. Gregório de Nissa). .            Ao entregar seu Filho à morte, “este dia” é prova de que Deus nos ama e nos comunica sua vida divina. Exclama o Apóstolo S. Paulo: “Nada nos poderá separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus nosso Senhor”. O sol desse dia brilha para t...

Reflexão do Evangelho do dia 13 de Maio de 2013

Segunda-feira – 13 de maio Jo 16, 29-33: Jesus fala claramente aos Apóstolos           Por diversas vezes, Jesus fala aos Apóstolos de sua origem divina, embora não tão claramente como no Evangelho de hoje. Ao ouvi-lo, eles exclamam: “Agora vemos que sabes tudo e não tens necessidade de que alguém te interrogue. Por isto cremos que saístes de Deus”.  A palavra de Jesus é clara e sem figuras ou enigmas. Tornam-se supérfluas as imagens, pois se aproxima a hora da despedida. Reconfortados e alegres, os Apóstolos reconhecem no Mestre sua ciência divina e, pasmos diante de sua sabedoria, declaram: “Tu sabes tudo”. Afirmação que confirma as palavras ditas anteriormente por Jesus: “O Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena” (v.13). Ele é a revelação perfeita do Pai. É a sua presença. Diz ele: “Saí do Pai e vim ao mundo; de novo deixo o mundo e vou para o Pai”. Palavras de grandeza majestosa, verdadeiro compêndio do Evange...

Reflexão do Evangelho do dia 12 de Maio de 2013

Domingo – 12 de maio Lc 24, 46-53: Ascensão do Senhor          A Ascensão, fato testemunhado pelos Apóstolos, coloca todo o Evangelho e a missão de Jesus sob o signo da alegria e do retorno ao Pai.  Jesus parte para junto do Pai, para a realidade de Deus. S. Gregório de Nazianzo, comentando a ascensão, proclama que Jesus, “com sua morte, vivifica e destrói a morte. Sepultado, ele ressuscita e ascende aos céus, de onde virá julgar os vivos e os mortos”. Também nós, no poder de Jesus, retornamos ao Pai, como peregrinos a caminho da feliz comunhão eterna com Ele. No mistério da Encarnação, nossa humanidade foi assumida pelo Filho de Deus. A submissão divina, kénosis, não é diminuição de sua divindade, mas manifestação de seu inefável amor por todas as criaturas. Pela humanidade do Filho, somos santificados e triunfa em nós a vida divina, pois “Deus se fez portador da carne, para que o homem pudesse tornar-se portador do Espírito” (S. A...

Reflexão do Evangelho do dia 11 de Maio de 2013

Sábado – 11 de maio Jo 16, 23-28: Se pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo dará           Deus não se justapõe às criaturas. Nem pode ser considerado como estando fora de nós. Deus é plenitude e, por conseguinte, distinguindo-se de tudo, ele está presente em todas as realidades, sustentando-as e guiando-as à sua realização plena. Mas o homem, escreve S. Agostinho, “quer e não quer, sabe e ignora, recorda e esquece. Ninguém tem em si a unidade do ser”, a perfeição. Com efeito, o homem pecou e afastou-se da unidade, pois o pecado significa justamente colocar obstáculos à força do amor, impedindo-a de levá-lo à comunhão com Deus e com seus semelhantes. Mas o Pai eterno não desiste de suas criaturas. Deseja salvá-las. Por isso, ele envia seu próprio Filho Jesus para proclamar que Deus é amor. Apelo admirável à conversão, vigorosa proposta para que, ouvindo sua voz, acolham seu perdão e se reconciliem com ele. Jesus é presença da gratuid...

Reflexão do Evangelho do dia 10 de Maio de 2013

Sexta-feira – 10 de maio Jo 16, 20-23: Ninguém vos tirará vossa alegria                     Perante a possibilidade da morte, o homem, exposto à presença do nada, sente-se angustiado. Quisera abranger o mundo, mas o tempo, que emoldura o horizonte de sua vida, é fugaz. Um suspiro nasce d’alma, ao erguer-se diante de seus olhos o mistério da morte, mistério que o supera e o ameaça.  Assim, o anúncio da morte iminente de Jesus vai muito além do círculo dos Apóstolos. Eles escutam-se no silêncio de seus corações e leem nas palavras de Jesus um convite à confiança e ao amor. Vacilam, entretanto, em abrir seus corações. Percebendo a indecisão deles, Jesus os consola e leva-os a pressentir a esperança do nascimento para uma vida nova, proclamada por sua ressurreição de entre os mortos. A ruptura e a separação, causadas pela morte, trazendo angústia e tristeza, são suplantadas pela alegria in...

Reflexão do Evangelho do dia 09 de Maio de 2013

Quinta-feira – 09 de maio Jo 16, 16-20: Anúncio de um breve retorno                     Apresentada sob a forma de um enigma, a referência à sua partida pode ser compreendida como uma parábola. Jesus fala do seu retorno para junto do Pai, colocando-nos no esquema, tantas vezes sugerido no Evangelho, do “buscar e encontrar”. Há também uma referência à tristeza dos Apóstolos: “Chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará”. Mais adiante, porém, Ele dirá: “Mas a vossa tristeza se transformará em alegria”. É a Lei pascal, que compreende a morte para se chegar à ressurreição, presente em toda espiritualidade cristã. O próprio mundo nela se insere. A morte não é um fim, é a porta de entrada da feliz e eterna morada de Deus. A bem-aventurança não se limita ao pensamento humano. Compreende também seu agir e seus sentimentos, pois a feliz experiência de Deus envolve o ser humano em sua totali...

Reflexão do Evangelho do dia 08 de Maio de 2013

Quarta-feira – 08 de maio Jo 16, 12-15: O Espírito vos conduzirá à verdade plena           Dois períodos marcam a revelação divina: a vida terrestre de Jesus e a vinda do Espírito da Verdade, após a glorificação de Jesus junto do Pai. S. Agostinho dirá que “após ter Jesus subido para junto do Pai, ele lhe pedirá que envie o Paráclito. E o Pai o fará”. No entanto, o Espírito Santo jamais será compreendido como complemento da revelação de Jesus, pois ela se deu totalmente na pessoa de Jesus, plenitude da presença de Deus. O Espírito é aquele que ilumina a Igreja, levando-a a um conhecimento sempre mais explícito dos ensinamentos de Jesus.  Os discípulos, por eles mesmos, não eram capazes de apreender tudo o que Jesus lhes transmitiu, pois entre a perfeição de Jesus e a deles existe um abismo, só transposto pelo amor. Amor comunicado pelo Espírito divino, que acrisola seus corações e lhes permite fazer parte da vida divina. Graças...