Reflexão do Evangelho do dia 20 de Maio de 2013
Segunda-feira – 20 de maio
Mc 9, 14-29 – Cura do epilético
endemoninhado
Os milagres são expressões do poder
salvador de Deus manifestado em Jesus e atestam, assim como sua pregação, sua
missão redentora. Ligados à fé, os milagres se situam acima de todo poder humano.
Escreve Orígenes: “Se houver uma fé completa, em que a Escritura é acolhida em
sua totalidade, então, o fiel será como o grão de mostarda, e nada lhe será
impossível”.
Mas há milagres, tão próximos da vida,
como o do epilético endomoninhado, que nos colocam no interior da Providência
divina e nos fazem reconhecer a importância primordial deles no ministério de
Jesus. O pai do jovem havia, anteriormente, recorrido aos discípulos, sem
conseguir nada. Após a cura e a expulsão do demônio, Jesus repreende os Apóstolos
pela pouca fé demonstrada por eles. Mais tarde, eles o procuram e, a sós,
perguntam-lhe: “Por que não pudemos expulsá-lo”? A resposta os conduz ao
sentido do milagre que, como manifestação do poder de Deus, exige fé de quem
recebe o milagre e de quem o realiza: “Foi por causa da fraqueza da vossa fé”.
E, utilizando uma hipérbole rabínica, Jesus comenta: “Se tiverdes fé como um
grão de mostarda, direis a este monte: Transporta-te daqui para lá, e ele se
transportará, e nada vos será impossível”. Expressão apropriada às
circunstâncias, visto que se encontram ao pé do monte Tabor.
À luz da relação especial de Jesus com
seu Pai, a fé expressa nossa relação de amor com Deus. Por ela se estabelece a
união do humano e do divino, sem deixar espaço possível para o mal e, muito
menos, para o demônio. Por isso, as palavras de Jesus aplicam-se a todos os
presentes. Cada qual, de modo diferente, carecia de fé. Os discípulos tinham
fracassado por confiarem demasiadamente em si mesmos. O apelo de Jesus é para
que cada um tenha fé. Quem tem fé ora e participa da intimidade de Deus e, na
silenciosa profundidade do seu coração, sente-se livre e expulsa o mal de sua
pessoa e de seus irmãos. S. Agostinho nos oferece um precioso conselho: “Não deves
aproximar-te do demônio pelos desejos mundanos e que ele não ouse aproximar-se
de ti. Ele pode ladrar e provocar, mas não pode morder, a menos que tu queiras.
Pois não é de modo forçado que ele te leva ao mal, mas sim por persuasão: ele
não extorque nosso consentimento, ele suplica-o”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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