Reflexões do Evangelho do dia 01 de Junho de 2013
Sábado – 01 de junho
Mc 11, 27-33: Questões sobre a
autoridade de Jesus
De cidade em cidade, Jesus passa
ensinando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Ele percorre a Galileia
trazendo esperança à população simples e carente. Ela o aclamava e o seguia. Em
Jerusalém, ele não se cala, nem se intimida diante dos doutores e sacerdotes,
que não o veem com bons olhos. Também aí, ele ensina e as multidões aglomeram-se
para ouvi-lo. Uma delegação do Sinédrio, supremo conselho do povo judeu,
constituído por sacerdotes e escribas, aproxima-se dele para interrogá-lo: “Com
que autoridade fazes estas coisas?”
À diferença dos greco-romanos, que
consideravam o poder como algo obtido e consolidado pela força, Israel o vê
como dom concedido por Deus em vista de uma missão ou do exercício de uma
tarefa em benefício do povo. Colocando-os nesse contexto, Jesus os remete,
primeiramente, a João Batista, cuja missão era reconhecida como de origem
celeste. Pergunta-lhes: “O batismo de João era do Céu ou dos homens?”. Os
escribas e sacerdotes ficam pasmos e nada respondem, pois o povo o tem como um
profeta. A mesma conclusão caberia a Jesus, cuja autoridade se expressa na
força profética de seus ensinamentos, no perdão dos pecados e na ordem dada aos
demônios.
Escreve S. Agostinho: “Assalta-os o
temor de eles serem apedrejados pelo povo, que considerava João Batista um
profeta. Outro temor ainda maior os invade: o de confessar a verdade. Por isso,
eles respondem com falsidade: ‘Não sabemos’”. Jesus não contesta, deixando-os
ainda mais perplexos: se João tinha autoridade, quanto mais ele!
A autoridade de Jesus repousa,
sobretudo, em seus ensinamentos. Se milagres acontecem, não são eles, porém, o
essencial de sua missão. A multidão, que o acompanha, reconhecendo seu amor
misericordioso, sua generosidade e o coração compassivo diante do sofrimento e
das dores de cada pessoa, crê em suas palavras. Ela se sente amada e o
considera um enviado de Deus, que age e fala por ele. Seus adversários não o
compreendem, pois a autoridade para eles não é serviço e disponibilidade. E,
por serem autossuficientes, não entendem a humildade como capacidade de amor
desinteressado. Escreve Tertuliano: “Eles não conseguiram dar uma resposta
consistente, pois não entendiam nem acreditavam”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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