Reflexão do Evangelho do dia 08 de Maio de 2013
Quarta-feira – 08 de maio
Jo 16, 12-15: O Espírito vos conduzirá à verdade plena
Dois períodos marcam a revelação divina: a vida terrestre de
Jesus e a vinda do Espírito da Verdade, após a glorificação de Jesus junto do
Pai. S. Agostinho dirá que “após ter Jesus subido para junto do Pai, ele lhe
pedirá que envie o Paráclito. E o Pai o fará”. No entanto, o Espírito Santo jamais
será compreendido como complemento da revelação de Jesus, pois ela se deu totalmente
na pessoa de Jesus, plenitude da presença de Deus. O Espírito é aquele que
ilumina a Igreja, levando-a a um conhecimento sempre mais explícito dos
ensinamentos de Jesus.
Os discípulos, por eles mesmos, não eram capazes de
apreender tudo o que Jesus lhes transmitiu, pois entre a perfeição de Jesus e a
deles existe um abismo, só transposto pelo amor. Amor comunicado pelo Espírito
divino, que acrisola seus corações e lhes permite fazer parte da vida divina.
Graças ao Espírito, eles se identificam ao Senhor e participam sempre mais de
sua verdade, cujas raízes estão presentes no silêncio da alma de cada um deles.
Assim, após a glorificação de Jesus, na ação perene e inexaurível do Espírito
Santo, eles irão compreender muitas coisas, que lhes eram anteriormente impenetráveis.
Jesus não é a fonte da salvação. Ele é o Verbo divino, gerado
pelo Pai, que veio até nós para nos dar a conhecer o amor infinito de Deus. Ele
é o Caminho, que nos conduz à casa do Pai. O Espírito dá os últimos retoques de
perfeição e de beleza na obra de Jesus. Ele é o divino artesão da beleza de
Deus, implantando em nós, no dizer de S. Irineu, “a imagem e semelhança de
Jesus”. S. Agostinho, em enlevo espiritual e místico, diz aos seus fiéis: “O
Cristo verdadeiro é Jesus unido a nós”. Maravilhosa expressão para significar a
obra do Espírito Santo na Igreja e em nós.
O Espírito Santo age com delicadeza maternal,
identificando-nos a Jesus e tornando-nos morada de Deus. Sua presença é
discreta. A pouco e pouco ele nos conduz à manifestação plena da glória de
Jesus, no maravilhamento do seu mistério e no desvelamento da verdade
(alétheia) de nossa vida em Deus.
Em suma, pela ação do Espírito Santo, presente
em nosso batismo como laço de amor indestrutível entre o Pai e o Filho, nós caminhamos
para o cumprimento da caridade filial, selada por Jesus no madeiro da cruz.
Sempre mais compreenderemos as palavras de S. Agostinho: “O sacrifício é dom de
si no amor” e as de Orígenes: “Às apalpadelas nos aproximaremos, mais e mais,
do mistério de Deus”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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