Reflexão do Evangelho do dia 11 de Maio de 2013


Sábado – 11 de maio
Jo 16, 23-28: Se pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo dará

          Deus não se justapõe às criaturas. Nem pode ser considerado como estando fora de nós. Deus é plenitude e, por conseguinte, distinguindo-se de tudo, ele está presente em todas as realidades, sustentando-as e guiando-as à sua realização plena. Mas o homem, escreve S. Agostinho, “quer e não quer, sabe e ignora, recorda e esquece. Ninguém tem em si a unidade do ser”, a perfeição. Com efeito, o homem pecou e afastou-se da unidade, pois o pecado significa justamente colocar obstáculos à força do amor, impedindo-a de levá-lo à comunhão com Deus e com seus semelhantes. Mas o Pai eterno não desiste de suas criaturas. Deseja salvá-las. Por isso, ele envia seu próprio Filho Jesus para proclamar que Deus é amor. Apelo admirável à conversão, vigorosa proposta para que, ouvindo sua voz, acolham seu perdão e se reconciliem com ele.
Jesus é presença da gratuidade inefável do amor divino. S. Irineu se pergunta: “Como poderia o homem ir a Deus, se Deus não tivesse vindo até nós?” Por ele, o ser humano é elevado à dignidade de filho de Deus. Único mediador, ele nos reconcilia com o Pai celestial e nos comunica as riquezas divinas. Escreve S. Gregório Nazianzeno: “Sua ressurreição é para o gênero mortal o princípio de retorno à vida imortal”. Por isso, em sua peregrinação terrena, é insistente o convite de Jesus para que todos, através da oração e do agir justo e verdadeiro, estejam em comunhão com o Pai.
         Unidos a Jesus, os seus seguidores, com confiança e alegria, ouvem-no assegurar-lhes: “Se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vos dará”. Pasmos, eles reconhecem que estas palavras brotam do seu coração misericordioso e indicam a eficácia da oração feita ao Pai em união com ele. Sua grande ternura leva-o a repetir: “Nesse dia, pedireis em meu nome e não vos digo que rogarei ao Pai por vós, pois o próprio Pai vos ama”. A expressão “nesse dia” indica o tempo inaugurado por Jesus e o nosso “nascimento do alto” como “novas criaturas”. É o tempo da graça e da misericórdia. Vivendo o amor-doação com Jesus e no poder do Espírito divino, retornamos ao Pai. Restabelece-se a unidade tão desejada e buscada pelo homem.
 Triunfo do amor de Jesus! Importa, portanto, permanecer nele e amplificar o amor fraterno. Com os Apóstolos, exprimimos a ardente aspiração contida em nossos corações, ao dizer: “Agora vemos que sabes tudo e não tens necessidade de que alguém te interrogue. Por isto cremos que saíste de Deus” (v. 29).

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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