Reflexão do Evangelho do dia 27 de Maio de 2013
Segunda-feira – 27 de maio
Mc 10, 17-27: O perigo das riquezas
Os Apóstolos ficam atônitos diante das
palavras de Jesus: “É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do
que um rico entrar no Reino de Deus”. Em nome dos Doze, exclama S. Pedro: “Nós
tudo deixamos e te seguimos: O que vamos receber?” Eles acabam de ver a reação
do jovem rico. As palavras misericordiosas do Senhor não lhe foram
compreensíveis, pois o jovem não entendeu “que o supérfluo, que possuía, era
necessário ao pobre” (S. Agostinho). Apegado e não querendo renunciar aos seus
bens, ele se retira. Ao contrário, os Apóstolos perseveram no seguimento de
Jesus. O que receberiam? Sem recriminar Pedro, por sua expectativa de
retribuição, Jesus confirma o que dissera ao jovem. Quem busca o Reino dos
céus, livre em seu coração, coloca nele toda a sua confiança, seguindo-o
prontamente. Movem-no, unicamente, o amor e a esperança.
Diante de Jesus e dos Apóstolos, descortinam-se
as muralhas de Jerusalém, mais exatamente, eles encontram-se diante de uma de
suas portas. Ela é estreita e os camelos para passarem por ela deviam se
abaixar, tanto mais quanto maior fosse a carga que transportavam. Ou quanto
mais rico fosse o seu proprietário. Era difícil, mas não impossível. O mesmo
diga-se de um rico para entrar no Reino de Deus. Abaixar-se significa doar-se,
ir ao encontro do outro, atitude presente na prática das obras de misericórdia.
Ademais, “a Deus nada é impossível”.
A seguinte declaração de Jesus soa de
modo solene, iniciando-se com a expressão: “Em verdade eu vos digo”. O seu
desejo é conduzir os Apóstolos, certamente também nós, a um novo começo, a uma
vida em seu amor dadivoso, gratuito e despretensioso. O apego às riquezas é uma
forma de idolatria, incompatível com o serviço do Evangelho.
De modo explícito e sem rodeios, Jesus
responde ao Apóstolo Pedro: “Tu deixaste tudo por causa de meu nome”, “por
causa de mim e do Evangelho”, “pelo Reino de Deus”. Por isso, tu “receberás
muito mais e herdarás a vida eterna”. E para consolá-lo, o Senhor acrescenta
que ele “receberá o cêntuplo ainda neste mundo”. S. Jerônimo considera esta
recompensa como sendo “os bens espirituais, cem vezes mais preciosos do que tudo o que se pode imaginar de carnal”. S.
Ambrósio comenta: “Nós não procuramos os bens deste mundo nem pedimos a nossa
parte, pois Cristo é a nossa parte, Cristo é nosso bem”. E conclui o santo
bispo de Milão: “Não nos deixemos envolver pelos cálculos, sigamos o apelo da
graça!”
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