Reflexão do Evangelho do dia 02 de Junho de 2013
Domingo – 02 de junho
Lc 7, 1-10 – A cura do servo do
centurião
O centurião romano suplica a Jesus:
“Meu criado está deitado em casa, paralítico, sofrendo dores atrozes”. Jesus o
conforta e o consola, dizendo-lhe: “Eu irei curá-lo”, pois, comenta S.
Agostinho: “O Senhor não quer, simplesmente, entrar na casa daquele homem. Ele
deseja entrar em seu coração”. Ele representa alguém que reza com fé ardente e
vai a Jesus com total confiança. O evangelista S. Mateus descreve o servidor
“sofrendo dores atrozes” e o centurião, alto personagem, como alguém de
profunda humildade, que, diante da atitude generosa do Senhor, diz-lhe:
“Senhor, não sou digno de receber-te sob o meu teto; basta que digas uma
palavra e o meu criado ficará são”.
Uma palavra basta, porque é “tua”
palavra e ela é soberanamente eficaz. O militar pagão reconhece em Jesus o
poder e a misericórdia de Deus. Diz S. Agostinho: “É necessário ater-se ao
médico, que vem para curar as enfermidades da alma”. O centurião emite um ato
prévio de fé. Ele crê no poder de Jesus e nele confia não como um milagreiro,
mas sim como o Filho de Deus. Por isso, declara S. João Crisóstomo: “O
centurião confiava, cheio de esperança, que seu servo seria curado”.
O sereno convencimento do oficial
funda-se, unicamente, na eficácia divina da palavra de Jesus. Daí o fato de ele
não se sentir intimidado ao procurar ajuda de um pregador itinerante da
Galileia, mesmo diante do risco de ser considerado ridículo pelos seus pares.
Admirado, Jesus exclama: “Em Israel, não achei ninguém que tivesse tal fé”. Sua
fé era sincera e refletia total confiança na autoridade de Jesus e no seu poder
de curar. Esta fé em Jesus e o carinho dele para com seu servo são
extraordinários, levando Jesus a declarar: “Virão muitos do oriente e do
ocidente e se assentarão à mesa no Reino dos Céus”. S. Hilário de Poitiers
observa: “O mistério da salvação dos pagãos se realiza no servo do centurião,
sem que Cristo tenha entrado em sua casa. Ele representa todos os que estão
neste mundo”, membros do Reino pela fé, não pela raça. Por isso, até hoje, a
cada um de nós, Jesus dirige as palavras ditas ao centurião: “Vai! Como creste
assim te seja feito!”
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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