Reflexão do Evangelho do dia 31 de Maio de 2013

Sexta-feira – 31 de maio
Lc 1,39-56 -  Visitação de N. Senhora

A saudação do anjo a Maria, “alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”, designa-a como cumulada de graça ou favor divino (kecharitoméne), e de modo permanente (cháris), uma vez que a graça divina habita em sua vida, desde sempre. Se o pecado significa fechar-se a Deus e aos irmãos, a graça divina outorga ao ser humano uma qualidade sobrenatural, demonstrada por Maria, cujo coração é voltado para o Senhor em total sintonia com a sua vontade. Ao Anjo, ela responde: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade”, pois nela não há qualquer sinal, por menor que seja de egoísmo ou de fechamento aos desígnios do Pai. E por estar entregue a Deus, ela é toda disponível aos seus semelhantes. Por isso, destaca-se a presteza com que ela se encaminha à casa de Isabel, indo imediatamente ao seu encontro para servi-la. Comenta S. Ambrósio: “Maria é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cumprir seu dever de parente e pela pressa do júbilo”. Ela é repleta de Deus no serviço a todos.
Na grandeza de sua generosidade, Maria serve sua prima. Doação graciosa e humilde, manifestada no “Magnificat”, cântico de agradecimento pelas maravilhas realizadas em sua vida: “Minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva”. A “cheia de graça” está unida ao Filho do Altíssimo, que, em seu ventre, se revela frágil, na regência da bondade e na limpidez da benevolência.  A criatura se sintoniza com o seu Criador, “seu Senhor e Deus”, que não se manifesta em majestade e força, mas sim na benignidade e gratidão daquele que serve. Ela acolhe “o Filho muito amado” e o louva na jovialidade de ser como só ele consegue ser: todo serviço no amor. Maria serve Isabel, na sinceridade do seu coração. Com o grande professor do século XII, S. Anselmo, confessamos: “Sem o Filho de Deus nada existiria, sem o Filho de Maria nada seria redimido”.
Maria Santíssima coloca-se a serviço de todos, para conduzi-los ao seu Filho Jesus. Sua mediação é essencialmente mediação materna, que se repete perpetuamente através da história. No final do hino, ela evoca a promessa feita “em favor de Abraão e de sua descendência para sempre”, promessa que simboliza o universalismo do Evangelho e de sua missão mediadora na ação salvadora de seu Filho.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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