Reflexão do Evangelho do dia 07 de Maio de 2013
Terça-feira – 07 de maio
Jo 16, 5-11: A vinda do Espírito Santo
Pelos caminhos da Galileia e da Judeia,
os Apóstolos acompanham Jesus. Sentem-se unidos a ele: “A vida, a alegria e a
festa deles é Cristo, luz da luz do Pai” (Isac de Nínive). Agora, Jesus lhes anuncia
o seu afastamento. Fala de sua partida para junto do Pai. É a sua despedida. Se
até o momento, ele falava em nome de todos, chegou a hora de ele partir e são os
Apóstolos que terão de testemunhar. Mas eles não estarão sós. O Senhor lhes
promete enviar o Espírito Santo.
Diante das palavras do Mestre, “a
tristeza encheu os seus corações”, pois não tinham ainda compreendido a
importância de sua ida para o Pai. Caso ele não os deixasse, o Espírito
Paráclito não viria para iluminá-los e fortalecê-los na fé. Só, então, seriam
capacitados a testemunhar a todas as pessoas o sentido da missão do Senhor,
selada na morte por amor. Graças à ação do Espírito divino, a obra de Jesus
continua e sua mensagem é transmitida a todas as gerações. O Espírito divino é
denominado “Paráclito”, defensor dos discípulos, fazendo às vezes de juiz ao
decidir entre Jesus e o mundo incrédulo, que rechaça os seus ensinamentos. Ele
mostra em quem reside o pecado e a justiça.
Jesus fala do caráter provisório da
tristeza dos Apóstolos. Presente na partida de Jesus, a tristeza é também a
condição para se chegar à alegria perfeita, concedida pelo Paráclito, cujos
primeiros frutos são “a caridade, a alegria e a paz”. Os Apóstolos previvem o mistério
pascal da morte, ressurreição e ascensão do Mestre, no qual se celebra a redenção,
a purificação dos pecados e, antecipadamente, a luz da Páscoa, “sinal do seu
futuro advento”. Ao acolherem o Espírito Santo, eles participam da geração eterna
do Filho e são introduzidos na vida da Trindade Santa.
O itinerário espiritual dos discípulos
é traçado, primeiramente, por Jesus. Ele é o Caminho, o “retorno para o Pai”. Ao
receberem o Espírito Santo, eles percorrem o Caminho, que é Cristo, e o “corpo
deles, então, se torna tabernáculo da graça para a eternidade” (S. Serafim de
Sarov). S. Cirilo de Alexandria comenta que
“enquanto Jesus vivia corporalmente entre seus fiéis, ele se revelava como o
dispensador de todos os seus bens; mas quando chegou a hora de regressar ao Pai
celestial, continuou presente entre seus féis mediante seu Espírito, e
habitando pela fé em seus corações. Assim já não são simplesmente homens, mas
filhos de Deus e habitantes do céu, pelo fato de se terem tornado partícipes da
natureza divina”.
Sustentada pelo Espírito, a Igreja
continua a viver e a anunciar a mensagem de Jesus, compreendida sempre mais
profundamente e proclamada de acordo com as exigências de cada época. Desse
modo, o Espírito a conduz “à verdade total”, pois diz Jesus: “Quando ele viver,
o Espírito da verdade, ele vos guiará à verdade plena”.
Em suma, o Cristo glorificado continua
a falar pelo Espírito Santo e o Evangelho de S. João reflete todo ele a glória
(doxa) divina de Jesus.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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