Reflexão do Evangelho do dia 06 de Maio de 2013
Segunda-feira – 06 de maio
Jo 15,26-16,4: Quando vier o
Paráclito, ele dará testemunho de mim.
O verbo grego “pisteuein”, crer,
significa “ser sólido”, “ser verdadeiro” e implica sempre uma relação pessoal. Portanto,
aceitar algo como verdadeiro é aceitar, com fé, a pessoa que o propõe. Por
isso, desde o Antigo Testamento, valoriza-se o testemunho dado em favor daquele
que apresenta a mensagem. Moisés é acolhido pelos israelitas por ter sido
designado por Deus.
Em Jesus, a Palavra se encarnou e constitui
nele, por excelência, o testemunho fiel e verdadeiro da verdade de Deus, anunciado
pelo profeta Isaías. O próprio Jesus, diante de Pilatos, declara ter “vindo ao
mundo para dar testemunho da verdade”, testemunho afirmado por João Batista e
atestado pelo Pai do céu (Jo 5, 37).
Apesar da relação especial de Jesus
com Deus, seu Pai, muitos de seus ouvintes o rejeitam. Mas, para que seus
discípulos não fiquem abalados, Jesus exorta-os a acolher o “Espírito da
Verdade”, que dará testemunho e se pronunciará a favor dele diante dos homens.
O Espírito é a presença de Jesus que, ausente, continua a sua obra no mundo. Compreendemos,
então, o sentido de sua morte por amor: no dom do Espírito, Jesus desce a nós
para nos colocar, com ele, junto do Pai como seus filhos no “Unigênito”.
Firmados na fé e guiados pelo Espírito
Santo, os Apóstolos, também eles, darão testemunho de Cristo. Afirma S.
Agostinho, na oração final do Tratado sobre a Santíssima Trindade: “O testemunho
apostólico para ser ‘fiel e verdadeiro’ deve estar duplamente fundado: No
ensinamento de Jesus, seguindo-o fielmente, como também na firmeza e na luz do
Espírito Santo”. Nos Atos dos Apóstolos, o Apóstolo S. Pedro testemunha diante
do Sinédrio, com clareza e sabedoria, o mistério do Senhor Jesus. Realizam-se,
assim, as palavras do Evangelho que declaram ser o Espírito Santo fonte da Verdade,
falando pelos discípulos quando “estiverem diante dos tribunais”. Após o enaltecimento do Senhor, sua elevação
na cruz e na glória, não só eles testemunharão, mas o Espírito Santo que fala
através deles.
“Ó Senhor, Deus misericordioso, enchei nossos
corações com as graças do Espírito Santo. Ensinai-nos a amar os que nos odeiam;
rezar pelos que com rancor nos usam; para que sejamos filhos do nosso Pai, que
faz o sol brilhar sobre os maus e os bons, e envia chuva sobre justos e
injustos. Na adversidade concedei-nos a graça da paciência; na prosperidade
conservai-nos humildes”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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