Reflexão do Evangelho do dia 30 de Maio de 2013
Quinta-feira – 30 de maio
Lc 9, 11-17 - Festa de Corpus Christi
Na festa de Corpus Christi, do Corpo de
Cristo, rendemos ação de graças a Jesus pela Quinta-feira santa. Na última
Ceia, ele deixa aos seus discípulos o mais valioso presente, a Eucaristia. Nela
reconhecemos sua presença real e verdadeira e o adoramos como o Salvador de
todo o gênero humano. Ele é o verdadeiro Cordeiro, que realiza a Redenção da
humanidade. Diz o Senhor: ”Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a
carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeiramente uma comida e o
meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue permanece em mim, eu nele. Assim como o Pai, que vive, enviou-me e eu
vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim”.
A Eucaristia, presença real de Jesus, mistério
de fé, remete-nos ao mistério de sua Encarnação, obra do Espírito Santo, no
seio puríssimo da Virgem Maria. Sua presença na Eucaristia é também obra do
Espírito Santo. No momento solene da consagração, o celebrante impõe as mãos
sobre o pão e o vinho e, na pessoa de Cristo, invoca o Espírito Santo. Dá-se o milagre
da transubstanciação: o pão e o vinho se transformam no Corpo e no Sangue de
Jesus. O mistério da encarnação se perpetua e o Senhor permanece no meio de
nós, segundo sua promessa, até o fim dos tempos.
S. Justino mártir afirma que, após a
consagração, “não é pão ou vinho comum o que recebemos. Com efeito, do mesmo
modo como Jesus Cristo, nosso Salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e
assumiu a carne e o sangue para a nossa salvação, também nos foi ensinado que o
alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de graças com as mesmas palavras
de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso sangue, é a
própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou”. Eis o mistério da fé! Proclamam
os cristãos, logo após a consagração.
O discípulo participa da bondade
misericordiosa de Jesus. Porém, caso feche-se ao Espírito Santo, ele jamais
reconhecerá sua presença eucarística, pois é graças à ação divina do Espírito
que se professa a presença única e extraordinária de Jesus no pão e no vinho
consagrados. Como também na Palavra proclamada, no irmão que tem sede, que está
nu ou é excluído da sociedade. Quem crê na presença eucarística, tão
ardentemente desejada por Jesus, vai vivê-la intensamente na comunhão fraterna.
A Eucaristia constrói a Igreja, sinal da
unidade de Deus, e permite-nos viver a comunhão com os irmãos. A caminho do
martírio, lembra S. Inácio de Antioquia: “Vós estais todos unidos, rompendo o
mesmo pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não mais morrer, mas para
viver em Jesus Cristo para sempre. Então, uma só coisa importa: ser encontrado
no Cristo Jesus, para a verdadeira vida”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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