Reflexão do Evangelho do dia 29 de Maio de 2013
Quarta-feira – 29 de maio
Mc 10, 32-45 - Pedido da mãe dos
filhos de Zebedeu
Referindo-se
à sua morte e ressurreição, Jesus diz aos Doze Apóstolos: “O Filho do Homem
será entregue aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no
terceiro dia ressuscitará”. Ao ouvir tais palavras, a mãe dos filhos de Zebedeu dirigiu-se a ele,
pedindo que “seus dois filhos se assentassem um à direita e outro à esquerda”
em seu Reino. A mãe fez o pedido, mas são os filhos que recebem a resposta. Há
uma ambição a ser corrigida. Aliás, não é a primeira nem a última vez que o
Evangelho sublinha o desejo de precedência. Por isso, o Senhor interroga: “Podeis
beber o cálice que estou para beber?” Estar com ele na glória é viver, desde
agora, o abandono total e a renúncia a si mesmo. É participar de sua morte e
dos seus sofrimentos. Escreve S. João Crisóstomo: “Quem procura a ostentação,
enquanto o Senhor segue a humildade, não reflete a imagem de Cristo, pois não é
verdadeiro discípulo quem não imita o seu mestre”.
Os
Apóstolos respondem, sem titubear: “Nós podemos”. De fato, Tiago morrerá mártir
e João estará no Calvário, partilhando do cálice com Jesus, no sofrimento da
cruz. Embora não se pronuncie sobre quem irá sentar-se à direita ou à esquerda
em seu Reino, Jesus não deixa de despertar nos Apóstolos a consciência de ser
ele o Filho amado de Deus, por quem e em quem se realiza o desígnio do Pai. No
cumprimento de sua missão, ele assumiu a nossa “natureza de escravo”, sem outro
intuito que o de servir à humanidade.
A decisão última cabe ao Pai. No
momento, o importante não é preocupar-se com o lugar que se terá na glória do
Senhor, mas empenhar-se em participar, desde já, do Reino de Deus. Escreve S.
Agostinho: “O caminho para sua glória, a pátria celeste, é a humildade. Se tu
recusas o caminho, por que buscas a pátria?” Somos, assim, convidados a assumir
e a viver o humilde serviço realizado por Jesus. S. João Crisóstomo escreve que “Deus, pelo
fato de se humilhar, trouxe-nos um proveito: aumentou o número de seus
servidores e estendeu o seu Reino. Quando te humilham, pensas que estás sendo
diminuído? O abaixamento de Jesus não foi causa de diminuição, mas ele produziu
inumeráveis benefícios, milhares de ações boas e permitiu que a sua glória brilhasse
com maior resplendor”. Como aos Apóstolos, também a nós, não faltará a graça
divina. Pois, desde já, a força de Deus nos acompanha e transfigura nossa frágil
e opaca realidade humana, de modo que em Jesus nos tornamos um “deus criado”,
um “deus pela graça divina”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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