Reflexão do Evangelho do dia 01 de Maio de 2013


Quarta-feira - 01 de Maio
Festa de S. José Operário – Dia do Trabalhador
Mt 13, 54-58 - Jesus em Nazaré
         
          Jesus se encontra na sinagoga de sua cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados por ele. A curiosidade era grande. Pensavam e discutiam entre si quais seriam os sinais que ele faria em sua própria terra. Todos não deixavam de fixá-lo. Mas com que olhar o vêem? Ao se dirigir aos fiéis, Orígenes diz que não gostaria que seus ouvintes o olhassem com os olhos do corpo, como lá na sinagoga, mas com os olhos do coração. “Se assim o fizerdes, os vossos olhos resplandecerão na luz do seu olhar. Então podereis dizer: ‘A luz do seu rosto, Senhor, deixou o seu sinal em nós’”.  
          Parentes e conhecidos estavam assombrados, pois sabiam muito bem que ele não tinha frequentado nenhuma escola rabínica. Passaram da admiração ao ceticismo. Perguntavam-se: “Não é este o carpinteiro, o filho de Maria?” (ho huiós tns Marías, indica que é o único filho de Maria). A incredulidade está enraizada no coração de seus ouvintes, por isso, em tom mais severo, Jesus deseja tocá-los e levá-los à conversão. Nenhum profeta, diz Ele, é ouvido em sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras chocantes. Os gentios, pelo contrário, demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel. A população de Nazaré rejeita Jesus, levando-o a não realizar milagres. Destaca S. Ambrósio: “Não para evitar que se julgue estar ele constrangido pelo amor à pátria. Na realidade, aquele que amava todos os homens não podia deixar de amar os seus concidadãos, mas eles mesmos, comportando-se de modo invejoso, renunciaram o amor à pátria”. Por isso, exclama S. Cirilo de Alexandria: “Jesus se reporta à Igreja dos pagãos, que o acolheriam e seriam curados de sua lepra”.
          Fechados em fria descrença, os habitantes de Nazaré levam-no a não realizar milagres. Mas sua bondosa misericórdia é ilimitada. Impondo as mãos a alguns doentes, cura-os, procurando tocar os corações e trazer o calor do amor divino aos que lhe demonstram indiferença. Fiel à sua missão, ele oferece a todos a salvação. Porém, “Jesus admirava-se da incredulidade deles”, frase que encerra o relato e deixa pairando em nossas mentes o enigma da descrença.
          Mas embora desprezassem Jesus, seus conterrâneos não deixavam de ser uma voz profética. Ao dizerem ser ele “o carpinteiro”, eles admitiam que Jesus, ao assumir integralmente a natureza humana, exceto o pecado, abraçou o trabalho e tornou manifesto a grandeza do homem como auxiliar de Deus na obra da criação. Graças ao trabalho, solidifica-se a autoconfiança de quem o realiza e crescem os vínculos de solidariedade entre todos.
S. José, homem simples, operário, interceda junto a Deus para que todos os irmãos e irmãs brasileiros tenham um trabalho digno e uma justa remuneração!

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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