Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 05 de Fevereiro
Reflexão do Evangelho
de Quarta-feira – 05 de Fevereiro
Mc 6, 1-6: Jesus em
Nazaré
Jesus
encontra-se na sinagoga de sua cidade e acaba de explicar a passagem do profeta
Isaías: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor me ungiu”.
“Unção” significa que sobre Ele desceu o Espírito do Senhor, “o Espírito da
sabedoria e da inteligência, o Espírito do conselho e da força, o Espírito do
conhecimento e do temor de Deus”. Espírito que Ele deseja comunicar a todos,
judeus e pagãos. A condição necessária para recebê-lo é a simplicidade da
pobreza, manifestada na oração interior. Jesus perscruta seus corações. Os
habitantes de Nazaré, atentos às suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar
de seus ensinamentos e dos milagres realizados por Ele, retratam enraizada incredulidade.
O Senhor não desiste. Volve os olhos para eles, no desejo de tocá-los e
levá-los à conversão, mas eles permanecem impermeáveis às suas palavras. Diante
da resistência recalcitrante dos ouvintes, ele eleva sua voz e, em tom mais
severo, declara que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra, nem é
reconhecido pelos seus parentes. Palavras chocantes. Os gentios, pelo
contrário, demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel.
Seus compatriotas
estão presos à realidade humana e se perguntam: “De onde lhe vem tudo isto? E
que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais milagres por suas
mãos? Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e
Simão?” Descrevem seus parentes próximos, denominados irmãos, e conservam-se
incapazes de passar da realidade imediata à realidade espiritual, dos
sentimentos humanos à força da graça que lhes permitiria vislumbrar a realidade
de Deus, manifestada nas palavras e nas ações de Jesus. O orgulho ou a autossuficiência
veda seus olhos interiores à luz divina.
Jesus “acabara,
observa Orígenes, de ler uma profecia sobre a salvação realizada pelo Messias.
Salvação que irrompia agora no mundo através do seu ministério. Era o ano da
graça e do perdão do Senhor”. Ao rejeitá-lo, a população não acolhe a
misericórdia divina, impedindo-o de realizar milagres, conforme comenta S.
Ambrósio, “para não pensarmos que sejamos constrangidos pelo amor à pátria. Na
realidade, aquele que amava todos os homens não podia deixar de amar os seus
concidadãos, mas eles mesmos, comportando-se de modo invejoso, renunciaram o
amor à pátria”. Então, exclama S. Cirilo
de Alexandria, “Jesus reporta-se aos pagãos, que o acolheriam e seriam curados
de sua lepra”.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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