Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 20 de Fevereiro
Reflexão do Evangelho
de Quinta-feira – 20 de Fevereiro
Mc 8, 27-33 –
Confissão de S. Pedro
A caminho das
“aldeias de Cesareia de Filipe, para introduzir os Apóstolos no mistério de sua
missão, cujo objetivo era formar e constituir o novo povo de Deus, Jesus
pergunta-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” A resposta de Pedro é
significativa, imediata e direta, em nome de todos: “Tu és o Cristo de Deus”. As
palavras de Pedro indicam não só a prova pela qual Jesus deverá passar, mas igualmente
a fé dos discípulos, que hão de acolher a sua Paixão. É o seguimento da cruz,
caminho de renúncia, necessário para encontrar-se nele e para decidir-se por
Ele.
Momento solene e
revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração e de comunhão com o Pai, os olhos
interiores dos Apóstolos se iluminam e eles reconhecem nas palavras de Jesus
uma aquiescência implícita à sua missão de Servo Sofredor. Com efeito, chamando-o
de “o Cristo de Deus”, o apóstolo reporta-se, evidentemente, ao Messias,
compreendido não como um rei terreno e político, mas como o Salvador esperado e
desejado por todos os homens, pois sua missão se estende para além dos horizontes
de Israel e atinge todas as nações. É a realização da esperança messiânica:
reunião de todas as gentes num só povo, o povo messiânico. Os gentios acolhidos
são mais do que os prosélitos, vindos da diáspora, compreendem também todos os
que se converteriam à sua Palavra, proclamada até as extremidades da terra.
Mas há uma novidade
maior. A ação de Jesus vai além da reconciliação dos homens com Deus e estende-se
à comunhão dos homens entre si, graças à solidariedade com Ele, melhor, à
inclusão nele de toda a humanidade regenerada. Bela é a expressão de S.
Atanásio: “Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus”. Se a nossa
humanidade é a mesma que foi assumida pelo Filho de Deus, então, podemos
afirmar que a sua humanidade não é simplesmente semelhante à nossa, mas ela é
de fato a que está em nós. Daí a sublime conclusão: nele, nós todos nos
encontramos, de maneira que o retorno dele ao Pai já é nossa presença, em
plenitude, junto de Deus. A missão alcança o seu escopo: no coração do Pai, o povo
messiânico participa da perfeita unidade no amor.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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